As redes sociais têm sido uma ferramenta utilizada para expor diversos tipos de denúncias e que, atualmente, demonstram o poder e o grande alcance no número de visualizações de uma postagem em um curto espaço de tempo. Apesar de desfrutar de livre expressão e se tornar um território onde há circulação de opiniões, críticas, exposições de fatos e acontecimentos, as mídias sociais se tornaram um perigo quando não utilizadas de forma responsável.
Em uma semana onde foram relatadas diversas manifestações e denúncias sobre racismo, uma conta no Twitter foi criada para denunciar estudantes que se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas e que conseguiram ingressar em universidades públicas através do sistema de cotas raciais, mas que não fazem parte do perfil.
Importância das cotas para estudantes
Apesar sofrer com estereótipos, Larissa Sá acredita que as cotas são de grande importância para todas as raças que integram o sistema.
“É por motivos como esse que devemos defender as cotas. Precisamos de voz, precisamos ser ouvidos e melhores interpretados. Não só a cota indígena. Ser indígena é questão de pertencimento e não de fenótipo. As pessoas precisam se educar intelectualmente para assim educar o coração e parar de espalhar ódio”, conta.
A estudante de jornalismo, Samantha Oliveira, ingressou na UFPE através do sistema de cotas, e explica que este ainda é um recurso de extrema importância.
“O sistema de cotas ainda é um sistema emergencial. Ainda não encontraram outras medidas de conceber o acesso igualitário aos negros nas universidades. Nós vemos a importância disso através de uma base histórica e social porque nós negros, mesmo sendo libertos, não tivemos essa democracia racial que as pessoas dizem que existe. Não tivemos o mesmo acesso à educação, qualidade de vida, o que fosse”, relata.
A estudante também desabafa sobre os casos de alunos que utilizam o sistema de cotas para ingressar de forma indevida no ensino superior de forma indevida.
"Eu entendo que tem muita gente com dúvidas se são negros ou pardos porque há esta nebulosidade racial. Mas temos um número massivo de pessoas que utilizam deste sistema de cotas desonestamente. Eu me sinto indignada porque fico pensando em quantas oportunidades foram perdidas, quantos negros deixaram de estar nestes cursos. Quem garante que estas pessoas tiveram outra oportunidade de realizar o exame?", questiona.