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Camaragibe atua com fiscalização rígida e distribuição de kits de higiene no combate ao coronavírus

Publicado em: 19/05/2020 15:09 | Atualizado em: 19/05/2020 19:21

 (Tarciso Augusto/Esp.DP )
Tarciso Augusto/Esp.DP
Apesar da crise econômica e sanitária atingir milhares de pessoas diariamente em municípios e estados do país, os projetos sociais crescem cada vez mais na tentativa de controlar os danos sociais causados pela pandemia do novo coronavírus. Por um lado, o trabalho essencial, que não para. Por outro, comerciantes e trabalhadores autônomos que buscam desviar da crise com saúde e segurança. A comunidade de Aldeia, uma das mais afetadas pelo vírus, está localizada no município de Camaragibe, e recebeu reforços em uma operação integrada para a contenção da Covid-19.

A ação é realizada pela prefeitura municipal e conta com o apoio do governo do estado. O objetivo da atividade é reforçar a fiscalização e garantir uma quarentena mais rígida. Desde o último sábado (16), pontos de bloqueio foram instalados em locais estratégicos, como no bairro de Vera Cruz, para supervisionar a movimentação dos moradores que insistem em descumprir as regras de isolamento social. Houve distribuição de máscaras e cestas básicas para os comerciantes da região.

Nesta terça-feira (19), o município contou com a distribuição de máscaras de proteção facial e álcool em gel, além de atendimentos médicos voltados para aferição de pressão e temperatura. De acordo com a prefeita de Camaragibe, Nadegi Queiroz, mais de  250 máscaras foram distribuídas durante a manhã. 

“Nós estamos com esta ação desde o sábado (16), quando foi decretada a quarentena em cinco regiões. Sabemos dos riscos e impactos e estamos tentando ajudar ao máximo para que esta situação passe. Ao todo, desde que a pandemia chegou ao estado, distribuímos em média 50 mil máscaras de proteção facial”, esclarece.

Para o auxiliar de serviços gerais, João Severino da Silva, de 56 anos, os atendimentos médicos são importantes para ajudar a população no período de quarentena.

“Esse serviço é muito bom porque a gente acaba ficando mais agitado dentro de casa. Eu estou sem trabalhar e minha esposa também. Aproveitamos rapidamente para checar a pressão mas eu espero que aconteça mais vezes”, conta. 

Apesar dos números elevados de casos confirmados no município, a prefeita Nadegi Queiroz informou que ainda tem dificuldades em fazer com que o decreto seja cumprido na região.

“Estamos colocando barreiras, carro de som e pedimos para que as pessoas fiquem em casa. Mesmo assim não é o suficiente. As pessoas têm que ter consciência de que não estamos lidando com uma gripe. Quem apresentar sintomas deve procurar um dos hospitais que temos aqui no município e tratar o vírus com seriedade. Camaragibe registrou 368 casos e 41 óbitos, não estamos com brincadeira”, esclarece.

Além da entrega de máscaras, a Central Única das Favelas (Cufa) distribuiu, através de uma ação voluntária, 400 kits de higiene e limpeza doados pela Unilever e 200 cestas básicas para trabalhadores informais que suspenderam as atividades devido à pandemia.

A presidente da Cufa em Pernambuco, Altamiza Melo, informou que a central tem recebido apoio de voluntários e empresas para doação do material, e que tem realizado ações em comunidades da Região Metropolitana.

“Nós estamos atuando com apoio de voluntários, doações de kits de alimentos e higiene. No sábado nós entregamos o material em Recife, depois fomos para Olinda e agora estamos em Camaragibe. Assim seguimos, mas estamos em busca de mais apoio para realizar outros projetos. Estamos negociando a implantação de 40 pias coletivas para colocar em pontos estratégicos”, explica.

Para a moradora da comunidade de Vera Cruz, Sandra Gomes, de 37 anos, a ajuda recebida é um alívio no momento de grande necessidade.

“Eu sou costureira e meu marido também está sem trabalhar. Agora nós estamos sem renda e com três filhos em casa. Eu já sofria de ansiedade e agora se agravou. Os kits de limpeza e higiene que recebemos foi essencial, já que precisamos disso para combater o coronavírus. Estamos isolados e a gente só sai para comprar o que falta quando temos dinheiro. A situação está cada vez mais difícil, mas com fé a gente passa por isso”, desabafa.  

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