Vida Urbana

Serviço online inédito tira dúvidas de gestantes durante pandemia

Um serviço inédito de informação está atraindo gestantes do Recife e da Região Metropolitana em meio à pandemia da Covid-19. O grupo “Fale com a parteira” atua de maneira gratuita e online, via Instagram e WhatsApp, oferecendo suporte 24h nesse período de isolamento social para as mulheres durante a gestação, parto e puerpério. A iniciativa implica em menos exposições das mulheres nas unidades de saúde, pois tira dúvidas variadas das gestantes, inclusive relacionadas ao coronavírus. Ao todo, 42 enfermeiras obstetras com experiências em maternidades do estado fazem o atendimento. Em 12 dias, 750 mulheres foram atendidas.
 
A idealizadora do projeto é a enfermeira obstetra Tatianne Frank. Ela se inspirou em uma ação parecida que acontece na Inglaterra. Lá, a iniciativa já é institucionalizada. O mesmo deve acontecer no Brasil, avalia Tatianne. Isso porque, o Conselho Federal de Enfermagem reconheceu o serviço e propôs sua aplicação em todo país. Até agora, seguiram o exemplo João Pessoa, Maceió, Salvador, Sergipe e Aracaju, todos no Nordeste.
 
“Várias mulheres entram em contato diariamente para perguntar sobre os efeitos do coronavírus durante a gestação, sinais de alerta como pressão alta e trabalho de parto prematuro, o momento adequado para ir à maternidade, entre outros. O nosso objetivo é tranquilizá-las e atendê-las de prontidão, explicando o que devem fazer para protegerem e a si mesmas e a seus bebês, evitando idas desnecessárias à maternidade neste período de quarentena”, explica Tatianne.
 
Todas as orientações repassadas sobre a Covid-19, diz a enfermeira, são baseadas em evidências científicas e recomendações atualizadas da Secretaria de Saúde do Recife. Por exemplo, a orientação nesse momento é adiar as vacinas e remarcar as consultas de pré-natal, ou seja, espaçar mais o tempo da consulta. Mas o pré-natal precisa ser garantido.
 
Além disso, explica Tatianne, se a gestante está com sintomas da Covid-19 e está no momento de ir para a maternidade, é importante usar máscara e avisar da condição de saúde à equipe. De toda forma, é importante somente partir para a maternidade quando o parto estiver na fase ativa. “A gente ajuda a gestante a identificar as fases do parto. Se a mulher não tem febre de 38,5 graus ou dificuldade respiratória, a gestante é orientada a esperar a fase ativa do parto para seguir para a unidade de saúde”, diz Tatianne.
 
A gestante também precisa saber que a mulher tem direito à presença do pai ou de um (a) acompanhante de sua escolha, de acordo com lei publicada em 2005. O número de profissionais na hora do parto, inclusive, foi reduzido para evitar maior exposição ao vírus.
 
Para acessar o serviço, a gestante busca o perfil do Instagram @falecomaparteira e, ao clicar no link da bio, é levada a um grupo de WhatsApp com enfermeiras obstetras onde ela pode pedir ajuda. As 42 enfermeiras integrantes do grupo se revezam no atendimento em esquema de plantões (24h por dia, 7 dias da semana) e respondem prontamente a mensagem. Ao ter a dúvida sanada, a gestante deve deixar o grupo para que mais mulheres possam ter acesso à ferramenta. Caso precise de ajuda novamente, a gestante deve fazer o mesmo caminho de antes.

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