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CORONAVÍRUS

Após crítica do Consórcio Nordeste, embaixador nega que EUA tenha bloqueado compras de equipamentos

Publicado em: 07/04/2020 13:25 | Atualizado em: 07/04/2020 15:07

Todd Chapman concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira. (Foto: Embaixada dos Estados Unidos no Brasil/Divulgação)
Todd Chapman concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira. (Foto: Embaixada dos Estados Unidos no Brasil/Divulgação)
O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, negou, nesta terça-feira (7), que o governo norte-americano estaria bloqueando a compra de equipamentos médicos pelo Brasil. Em entrevista coletiva concedida por teleconferência nesta manhã, o diplomata afirmou que são falsas as acusações de que os EUA haviam bloqueado a importação de produtos adquiridos por outros países para combater a pandemia do novo coronavírus.

"Estive lendo essas notícias, declarações. Quero deixar bastante claro que o governo do Estados Unidos não bloquearam equipamentos médicos vindos da China comprados pelo Brasil. São falsos esses relatórios", disse o embaixador. Chapman foi indicado ao cargo pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 30 de outubro de 2019; confirmado pelo Senado americano em 20 de fevereiro deste ano e chegou ao Brasil em 29 de março.

"O que está ocorrendo é que muitos fornecedores estão jogando, querendo vender para lá e depois vender para cá, mas nossos oficiais de Justiça estão tentando prevenir isso, porque é contra a lei americana", afirmou o representante de Washington no Brasil.

Nessa segunda-feira (6), o governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife acusaram outros países, sem citar diretamente os Estados Unidos, de tentar barrar compras feitas pelo país. "Temos visto uma disputa internacional muitas vezes desproporcional; países adotando medidas para resolver os problemas dentro das suas fronteiras a despeito de acordos internacionais e de compras que tenham sido anteriormente feitas. Isso envolvendo grandes economias mundiais, como o Brasil", afirmou o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.

O estado também afirmou que a União tentou ficar com aquisições dos governos municipal e estadual."Há, por parte da União, uma tentativa de controle da adquisição dos insumos estratégicos hospitalares. As compras feitas pelo Recife e por Pernambuco, porém, são anteriores ao pedido do governo federal de requisição nas fábricas", disse o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Na sexta-feira (3), o governo da Bahia informou que a compra de 600 respiradores artificiais pelo Consórcio Nordeste, grupo que reúne os governadores do Nordeste, foi cancelada por uma empresa chinesa. O material seria distribuído entre a Bahia, que receberia 400 equipamentos, e o Ceará, que ficaria com outras 200 unidades. O valor do contrato era de R$ 42 milhões.

A assessoria de comunicação do Consórcio Nordeste informou que a carga ficou retida no Aeroporto de Miami, nos Estados Unidos. No último dia 1º, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que contratos para compra de máscaras e respiradores foram cancelados. Ele citou que os EUA enviaram 23 aviões cargueiros à China para buscar material.

Em resposta às acusações, Chapman afirmou os governadores podem enviar informações à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para que elas sejam investigadas. "Não vou criar uma conversação virtual com governadores. Podem mandar informadores para a gente. A informação até esta data é de que (a acusação) não é verdadeira. Já investigamos e não é verdade. Se houver outra informação, podemos investigar. Se há preocupação, enviem para nós, mas não estão sendo bloqueados", disse.
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