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Plano de Contingência para enfrentar o coronavírus em Pernambuco

Publicado em: 26/02/2020 17:39 | Atualizado em: 26/02/2020 17:58

Entrada do Pavilhão Professor Rinaldo Azevedo,  setor de isolamento com 14 salas preparadas para o coronavírus. Um agente de segurança se protege com uma máscara. (Crédito: Tânia Passos/DP)
Entrada do Pavilhão Professor Rinaldo Azevedo, setor de isolamento com 14 salas preparadas para o coronavírus. Um agente de segurança se protege com uma máscara. (Crédito: Tânia Passos/DP)
O plano de contingência para situações de emergência do estado feito em 2014, junto com a capital pernambucana, quando o Ebola voltou a assustar o mundo, em plena Copa do Mundo, foi redesenhado para o enfrentamento do Coronavírus, logo que a doença começou a ganhar contornos em escala global. Somente no Recife são mais de 2,5 mil profissionais treinados para agir nesse tipo de urgência. O que não se esperava é que o anúncio do primeiro caso suspeito ocorresse ainda na terça-feira de carnaval. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Recife foi contactado pela Anvisa para informar o primeiro caso suspeito de coronavírus desembarcando na capital pernambucana com o avião ainda no ar. Uma mulher de 51 anos, natural de Caruaru, saiu da Itália, fez escala no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e seguiu viagem para o Recife. Durante o voo apresentou sintomas da doença: febre, tosse e dificuldades na respiração. 

Uma equipe do Samu com equipamentos especiais de proteção chegou à pista do Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre e resgatou a vítima na pista, sem passar pelo saguão do aeroporto. Ela foi levada para uma das 14 salas de isolamento já preparadas para casos desse tipo no Pavilhão Professor Rinaldo Azevedo, no Hospital Oswaldo Cruz, no bairro de Santo Amaro.

A chegada da primeira paciente suspeita mudou a rotina do hospital na área de isolamento. O corredor principal que separa o jardim dos pavilhões locais, está com suas cadeiras de descanso vazias. O pessoal da cozinha foi orientado a não permanecer no jardim no intervalo do almoço. A entrega de alimentos no pavilhão também teve a rotina modificada. Os alimentos são deixados na entrada da recepção e outra equipe com equipamentos de proteção se encarrega de levar a comida para a paciente que se encontra em isolamento.
Corredor entre os jardins dos pavilhões com as cadeiras vazias. Área próxima ao setor de isolamento está sendo evitada pelos funcionários e acompanhantes.  (Crédito: Tânia Passos/DP)
Corredor entre os jardins dos pavilhões com as cadeiras vazias. Área próxima ao setor de isolamento está sendo evitada pelos funcionários e acompanhantes. (Crédito: Tânia Passos/DP)

Um agente de vigilância foi colocado na entrada do pavilhão e aceitou uma máscara cedida por uma acompanhante de familiar que também preferiu usar uma máscara. “Meu marido está internado aqui e acho mais seguro usar a máscara e trouxe uma para o agente que fica o dia em pé aqui na frente do pavilhão”, contou a mulher que não quis se identificar.

O uso de máscara, segundo o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia é menos importante do que lavar as mãos. “O uso de máscaras está apenas indicado para as pessoas que são casos suspeitos da infecção pelo coronavírus. Fora isso, o uso de máscaras pela população geral não se mostra eficiente. É muito mais importante a lavagem das mãos com água e sabão, o uso do álcool gel e o não compartilhamento de objetos pessoais como garfo, toalhas, principalmente se a pessoa estiver com os sintomas.
Uma mulher que está acompanhando o marido em uma sala próxima ao setor de isolamento solicitou uma máscara para circular na área externa do pavilhão. (Crédito: Tânia Passos/DP)
Uma mulher que está acompanhando o marido em uma sala próxima ao setor de isolamento solicitou uma máscara para circular na área externa do pavilhão. (Crédito: Tânia Passos/DP)

Para o coordenador geral do Samu Metropolitano, Leonardo Gomes, um total de 270 profissionais receberam treinamento e a meta é atingir os 550 profissionais que integram o quadro do serviço móvel de emergência. “Nossa equipe usou o macacão descartável impermeável, máscaras, óculos e luvas. O profissional de saúde é que faz o primeiro contato e é importante que ele esteja bastante protegido”, afirmou Leonardo.
Segundo ele, a equipe fez a as avaliações vitais e ela apresentou sintomas leves da doença com pouca alteração clínica e com sinais vitais normais como pressão e pressão normal. “Ela estava um pouco assustada pela situação em si, mas o que mais se queixou foi da coriza”, explicou Leonardo. 

Saiba mais
Hospitais de referência no estado:
-Hospital Oswaldo Cruz
- Hospital Correia Picanço
-Hospital do Imip

Plano de Contigência
2,5 mil profissionais treinados no Recife
270 profissionais treinados só do Samu

Cuidados de prevenção contra o coronavírus:
Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão
Usar antissépticos de mão à base de álcool 
Evitar lugares aglomerados
Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Não compartilhar objetos de uso pessoal;
Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos)

Fonte: Secretaria de Saúde do Recife




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