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Briga entre pais e avó faz criança de 5 anos ir parar em abrigo

Publicado em: 07/02/2020 14:41 | Atualizado em: 07/02/2020 15:37

Menina de 5 anos está no meio de um embate entre os pais e a avó paterna. (Foto: Diogo Cavalcante/DP.)
Menina de 5 anos está no meio de um embate entre os pais e a avó paterna. (Foto: Diogo Cavalcante/DP.)
Uma menina de 5 anos está no meio de um “racha” entre a avó paterna e os pais. A avó acusa os pais, que são usuários de drogas, de terem levado a criança à força para ser vendida em troca de drogas. A pequena foi encontrada pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (7), e a mulher que cuidava dela, a pedido dos pais, relata que recebeu a menina com inúmeros sinais de maus-tratos, que teriam sido cometidos pela avó. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Crimes Contra Crianças e Adolescentes e Atos Infracionais, de Jaboatão dos Guararapes. Já a pequena irá ficar em um abrigo.

A história toda começou em 24 de janeiro, quando a avó, de 67 anos, procurou as autoridades. Segundo ela, o pai invadiu sua residência, no bairro de Prazeres, em Jaboatão, e levou a criança embora. “Ele não disse nada. Pegou a menina pela mão e levou. E a própria mãe comentou com uma vizinha minha que empenhou ela (a menina) em uma boca de fumo”, acusou a idosa, que tem a guarda provisória da neta há dois anos.

Foi aberta uma investigação para tentar localizar os pais, que são moradores de rua. A mãe foi encontrada no bairro de Piedade, perto de uma unidade do projeto Atitude. Ela foi levada para a delegacia e mostrou outra versão da história. Que a criança foi retirada dos braços da avó, mas porque sofria maus tratos. A mãe deu o endereço de onde a menina estava e uma equipe, chefiada pela delegada Vilaneida Aguiar, foi até o local.

A criança estava em uma casa no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Os arredores, de fato, são áreas de tráfico de drogas. Mas, em conversa com alguns policiais, a reportagem apurou que a residência em si não aparentava ser uma boca de fumo. A equipe policial bateu a porta e foi atendida por uma mulher, de 19 anos, que estava cuidando da menina e se surpreendeu ao saber do caso. 
Criança será encaminhada a abrigo. (Foto: Diogo Cavalcante/DP.)
Criança será encaminhada a abrigo. (Foto: Diogo Cavalcante/DP.)
Ela nega que o local seja ponto de tráfico e diz que recebeu a menina cheia de feridas e piolhos. Mesmo sem conhecer os pais, a mulher aceitou ficar e cuidar da criança. “Parecia uma menina criada feito um bicho. Ela chegou em um dia de chuva, a mãe pediu para acolher, e eu fiquei com pena. Ela só tinha certidão de nascimento e eu tirei CPF, cartão do SUS e ainda matriculei em escola”, relatou.

Diante das contradições encontradas, a avó será investigada por maus-tratos e os pais por subtração de incapaz. “A mãe cometeu o crime de subtração, porque a avó tinha a guarda provisória. A criança estava em um local muito perigoso, de tráfico intenso, tinha perigo iminente pela localidade. Mas a menina estava aparentemente bem e o relato da mãe bate com o da mulher que estava cuidando. E há relato de que ela apanhava na casa da avó”, contou a delegada Vilaneida.

A menina ficará sob os cuidados do Conselho Tutelar. “Não há condição, pelos relatos, da avó ficar com a criança, e nem da mãe, que não tem onde morar. Então, ela será encaminhada para um abrigo”, acrescentou a delegada. Quanto à mulher que estava cuidando da criança, por enquanto, ela não teve conduta delituosa detectada. “A gente não vê, ainda, a má-fé dela. Só se ela soubesse da história toda que poderia ser incriminada. Mas ninguém fica com uma criança sem avisar às autoridades, né? Podem surgir fatos novos”, concluiu Vilaneida.
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