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Durante obra, Compesa recupera dez mil achados arqueológicos em Olinda

Publicado em: 02/12/2019 08:54 | Atualizado em: 02/12/2019 10:08

Boa parte dos materiais foi coletada nos bairros do Monte, Bonsucesso, Guadalupe e Amparo. (Foto: Aluísio Moreira/Divulgação.)
Boa parte dos materiais foi coletada nos bairros do Monte, Bonsucesso, Guadalupe e Amparo. (Foto: Aluísio Moreira/Divulgação.)
Os estudos arqueológicos preventivos durante as escavações ao longo da obra de abastecimento de água da Compesa no Sítio Histórico de Olinda, já permitiram salvaguardar cerca de 10 mil artefatos. Os materiais resgatados durante a execução do Olinda Mais Água pertencem à União e foram entregues ao Laboratório e Museu de Arqueologia da Universidade Católica de Pernambuco, na última sexta-feira (22). A universidade fica responsável pela guarda dos achados em condições de conservação apropriados, inclusive disponibilizando os materiais para futuras pesquisas.

Esse conjunto de achados arqueológicos resgatado assegura a preservação do patrimônio histórico onde foi estabelecida a primeira vila em Olinda, a partir do ano de 1535.  Foram encontrados, de junho de 2018 até agosto desse ano, fragmentos de louça, cerâmica, cachimbos de caulim, garrafas de vidros manufaturadas, ossadas e metais como pregos, moedas do século 18 e 19, além de projétil de bala de canhão. 

"O Olinda Mais Água é uma obra grandiosa e desafiadora em todos os aspectos. Executamos, cuidadosamente, as obras em ruas de 15 bairros para implantar mais de 100 quilômetros de rede. Estamos modernizando o sistema e atuamos no perímetro do Sítio Histórico, área que exige cuidados como escavações manuais, uso de tecnologias e assistência permanente de arqueólogos. Mostramos que é possível fazer um trabalho de engenharia e garantir todo cuidado necessário com o meio ambiente e o patrimônio cultural, preservando nossa memória e história", pontua a presidente da Compesa, Manuela Marinho.

Boa parte dos materiais foi coletada nos bairros do Monte, Bonsucesso, Guadalupe e Amparo. Na Rua Saldanha Marinho, ao lado da Academia Santa Gertrudes, a equipe de arqueólogos encontrou a maior quantidade de artefatos. Todos os achados passaram por limpeza, organização por tipologia e acondicionamento, pesquisas de laboratório e análises, antes de serem entregues a universidade, sob a coordenação da professora e doutora Roberta Richard Pinto.

Todos os achados passaram por limpeza, organização por tipologia e acondicionamento, pesquisas de laboratório e análises. (Foto: Aluísio Moreira/Divulgação.)
Todos os achados passaram por limpeza, organização por tipologia e acondicionamento, pesquisas de laboratório e análises. (Foto: Aluísio Moreira/Divulgação.)
"Foi extraordinária a quantidade de vestígios encontrados durante a obra da Compesa. Vai ajudar a compor lacunas no campo teórico da história e da arqueologia. A obra da Compesa serviu para que os pesquisadores possam se georreferenciar dentro do Sítio Histórico de Olinda. Esse trabalho vai gerar frutos", comenta a arqueóloga Gleyce Lopes.

De acordo com a Compesa, essa é a maior obra de abastecimento de água em andamento na Região Metropolitana do Recife (RMR) e recebe o investimento de R$ 150 milhões, recursos do Governo do Estado e Compesa viabilizados junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O projeto beneficia 250 mil pessoas em 15 bairros olindenses: Casa Caiada, Bairro Novo, Bultrins, Jardim Atlântico, Jardim Fragoso, Ouro Preto, Rio Doce, Varadouro, Carmo, Guadalupe, Santa Tereza, Bonsucesso, Monte, Amaro Branco e Bultrins.

Dentre as ações, o Olinda Mais Água já implantou rede de abastecimento, construiu reservatórios. A estimativa é de que 40% dos bairros contemplados já triplicaram o tempo de abastecimento e outros 30% já contam o com abastecimento diário.
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