Vida Urbana

Contêiner abandonado vira moradia na Jaqueira

Filipe é dependente químico e atualmente mora em um contêiner abandonado.

A Avenida Rui Barbosa é um dos perímetros mais caros da capital pernambucana. Durante o dia, o contêiner abandonado não é muito notado por quem circula na via. Apesar da “moradia” ter apenas dois andares, não possuir instalações elétricas ou quartos decorados, Filipe e Minho, como preferem se identificar os ocupantes do contêiner, dividem o espaço que parece esquecido em meio aos prédios luxuosos do bairro.

Imagens
Filipe segura uma vassoura o tempo todo e se empenha na limpeza do ambiente que trata como “a casa que nunca teve”. Carrega um escapulário no pescoço e faz questão de decorar o contêiner com imagens de uma santa. Durante a noite, trabalha como flanelinha. Ao se mudar para as ruínas do antigo restaurante, Filipe chegou a dividir o espaço com outras doze pessoas, incluindo uma criança.

O flanelinha carrega um escapulário no pescoço e faz questão de decorar o contêiner com imagens religiosas.

O desenhista trabalha vendendo água e passou a morar na estrutura metálica após a morte dos pais. Minho conta ter trabalhado em um estúdio de tatuagem, mas saiu depois de um desentedimento com os outros tatuadores.

O restaurante pode não ter dado certo, mas a fé dos atuais ocupantes e as bênçãos que estão espalhadas nas paredes são como uma esperança para os companheiros de moradia. Minho sonha em publicar seus desenhos. Filipe não tem tantos planos. Nem precisa. Diz ser abençoado. Coisa de quem tem fé.

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