Vida Urbana

Ex-detentos trabalham na conservação do Parque Santos Dumont

Foto: Ray Evllyn/SJDH.

Nas mãos dos cinco egressos prisionais, as folhas secas das árvores vão para compostagem e viram adubo utilizado na horta do parque. Na horta, por sua vez, são cultivadas verduras, legumes, hortaliças e ervas como coentro, rúcula, berinjela, alface, couve, hortelã e manjericão, que são compartilhadas com a comunidade carente do entorno. Os reeducandos também fazem a manutenção das áreas reservadas à prática de esportes: pista de atletismo, quadra de tênis e a área da piscina olímpica.

Os homens cumprem carga horária de oito horas, de segunda a sexta, recebem um salário mínimo e auxílio nos custos com alimentação e transporte. "Não há melhor forma de recomeçar. Todos os dias nós trabalhamos e aprendemos, não só a melhor forma de executar os serviços, mas também a ter disciplina e mostrar para a sociedade que é possível se reintegrar mesmo depois de ter passado pela prisão", revela o egresso Almir José.

Em Pernambuco, a reinserção de ex-detentos ao mercado de trabalho é um instrumento no fomento à redução da criminalidade. Mais de mil reeducandos do regime aberto trabalham através de convênios com 34 empresas públicas e privadas. Os convênios de empregabilidade são amparados pela Lei de Execuções Penais e fiscalizados pelo Patronato Penitenciário, órgão da SJDH responsável pelos egressos prisionais. Uma equipe técnica visita os postos de trabalho mensalmente para garantir que as condições de trabalho estão de acordo com o contrato. O Patronato também oferece aporte psicossocial e jurídico a esse público.

"Os benefícios são diversos com o trabalho dessas pessoas. A sociedade ganha com a redução da criminalidade, empresas e órgãos públicos exercem a responsabilidade social e economizam, pois os contratos asseguram inexistência de vinculo empregatício, e os egressos recuperam a dignidade", ressalta o superintendente do Patronato Penitenciário, Josafá Reis.

Frequentadora do Santos Dumont, a aposentada Katia Costa aprova a iniciativa e fala do trabalho dos reeducandos. "Desde que chegaram, percebi que o parque ficou mais cuidado, limpo e organizado. A vida pregressa desses homens não importa mais porque agora eles podem aprender na prática que o trabalho honesto tem valor", pontua Kátia.

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