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Janela para o rio

Terceira etapa do Parque Capibaribe, Derby-Fundaj, começa a sair do papel

Publicado em: 15/08/2019 06:30 | Atualizado em: 14/08/2019 21:55

Foto: Bruna Costa/Esp. DP Foto.
A terceira etapa do projeto Parque Capibaribe, que prevê a revitalização de 30 km das margens do Rio Capibaribe, começa a sair do papel no primeiro semestre do próximo ano. Desta vez, a área contemplada será 250m² no trecho conhecido como Derby-Fundaj, área central do Recife. As intervenções começam a partir da Praça Otávio de Freitas, requalificada ano passado e localizada em frente ao Memorial de Medicina de Pernambuco, junto à Ponte do Derby, e segue até uma rua lateral à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Com a abertura dessa nova janela para o Capibaribe, o gradil do Memorial de Medicina será retirado. O estacionamento lateral da Fundaj também dará espaço para um deck e mobiliário urbano possibilitando a contemplação do curso d’água. 

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Para que o projeto no trecho Derby-Fundaj saia do papel, foi preciso negociar as áreas junto com a UFPE, proprietária do Memorial de Medicina, que foi requalificado e entregue no último mês de julho, e do Pavilhão Luiz Nunes, onde funciona o Instituto de Arquitetos do Brasil em Pernambuco (IAB-PE), que também está sendo recuperado. O projeto conta com a parceria da UFPE desde as discussões conceituais até a implementação das ações, como a conexão com as obras de requalificação do Pavilhão Luiz Nunes.
Foto: Bruna Costa/Esp. DP Foto.

“Essa parte do Capibaribe é importante porque não tem mangue e as pessoas vão conseguir acessar e interagir com o rio diretamente. E toda a área das laterais desses equipamentos, além da Fundaj, ficarão livres. Junto com a Praça Otávio de Freitas, formarão uma grande esplanada numa região de grande circulação de pessoas”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Guilherme Calheiros. 

Até o fim deste ano, os projetos de iluminação e engenharia serão concluídos. A expectativa, segundo o secretário, é de que no primeiro semestre de 2020 as obras sejam contratadas e que o equipamento seja entregue à população até 2022. “Ainda não temos o valor do investimento a ser feito nesta etapa porque os projetos executivos ainda não foram concluídos”, disse Guilherme Calheiros. Os serviços desse novo trecho do Parque Capibaribe devem ser iniciados por trás do Pavilhão Luiz Nunes, área já bastante arborizada. 
Foto: Bruna Costa/Esp. DP Foto.

O pontapé inicial desse trecho começou com a requalificação da Praça Otávio de Freitas, entregue em maio do ano passado. O valor gasto nessa reforma, realizada pela Autarquia de Limpeza e Urbanização do Recife (Emlurb), foi de R$ 800 mil. Entre os serviços realizados na praça, está a recuperação do passeio interno, implantação de paisagismo, iluminação e pintura geral, além de um anfiteatro. 

LINHA DO TEMPO 
Foto: Anderson Freire/Esp.DP Foto.
A primeira etapa executada do projeto Parque Linear do Capibaribe - Caminho das Capivaras foi o Jardim do Baobá, inaugurado em 2017, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Além de um píer de 100 metros sobre o Rio Capibaribe, a área pública, aberta 24 horas, é um espaço de lazer e contemplação da rica paisagem atrelada ao curso d’água. 

Embora com projeto executivo pronto desde 2017, a segunda etapa do Parque Capibaribe, que é uma das mais polêmicas por enquanto, ainda não foi executada. Inclui a urbanização das margens do rio no trecho de 1km entre as pontes da Torre e da Capunga, no bairro das Graças, e receberá investimento de R$ 26,5 milhões. Para elaborar o projeto desse trecho, foram realizadas diversas audiências públicas com moradores do bairro. 

De acordo com urbanistas do INCITI, entre as principais dificuldades na implementação das ações de urbanização dentro do projeto do Parque Capibaribe, está o comprometimento das margens do rio. Em muitos lugares, as construções avançam para dentro da água, impedindo o encontro da população com o rio, um dos principais objetivos do projeto. 

Além dele, o Parque Capibaribe propõe transformar a capital pernambucana numa cidade-parque até 2037, quando o Recife comemora 500 anos. Para isso, a iniciativa pretende criar um sistema de parques margeando 30 km do rio, no trecho que banha o Recife, sendo 15 km em cada lado do curso d’água. 

O Parque Capibaribe propõe o plantio de árvores e aumento do solo permeável para preparar a cidade no enfrentamento dos efeitos de mudanças climáticas. A ideia é também promover a recuperação ambiental e implantar um sistema de mobilidade não-motorizada, com passeios e ciclovias, além de áreas de estar, com passarelas e píeres para pequenas embarcações, como acontece no Jardim do Baobá.

Outra proposta do projeto é a expansão do conceito de “ruas verdes” ou “ruas de infiltração”, para que o impacto do Parque Capibaribe vá além das margens do rio. São ruas que passarão por um tratamento semelhante ao das margens, quando receberão calçadas mais amplas para o passeio, qualificação da área verde para ampliar o conforto térmico, além de ciclovias.

O convênio para a criação do projeto Parque Capibaribe foi assinado em 2013 entre a Prefeitura do Recife e o INCITI - Pesquisa e Inovação para Cidades, grupo vinculado à UFPE. 

Números do Parque Capibaribe

30 km de extensão
445 mil pessoas beneficiadas
7.444 hectares de área de influência
45 quilômetros de cicloviários
51 quilômetros de ruas parque
42 bairros impactados
12 passarelas
20 ações, como workshops de mobiliário urbano e recuperação ambiental, oficinas de maquete, pesquisas de campo, ações de intervenção urbana foram realizadas até 2018

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.
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