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Sylvio Loreto recebe título de professor emérito da UFPE

Publicado em: 13/08/2019 14:33 | Atualizado em: 13/08/2019 14:41

Foto: Passarinho Ascom/UFPE/Divulgação.
O professor Sylvio Loreto é uma lenda viva no mundo acadêmico da Universidade Federal de Pernambuco. Ele dedicou quase toda a sua vida profissional à melhoria da Faculdade de Direito do Recife (FDR). Ingressou na instituição em 1958 como professor na área de sociologia e dedicou-se ao direito internacional privado, disciplina que regeu por quase 41 anos. Entre os anos de 1984 e 1988 exerceu o cargo de diretor da instituição. Foi ele quem implantou e coordenou o Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPE. Aposentado desde 1996, permaneceu na instituição como professor voluntário e continuou a orientar os estudantes.

Nessa segunda-feira (12), seu currículo já repleto de títulos acadêmicos recebeu mais um, o de professor emérito da instituição, concedido pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Pernambuco durante as comemorações de aniversário de 192 anos da Faculdade de Direito e 73 anos da UFPE. A honraria, entregue pelo reitor Anísio Brasileiro, é conferida aos professores ilustres que, depois de se aposentarem, podem continuar exercendo o magistério e/ou pesquisa. Como docente aposentado, Sylvio permanece em atividade no Programa de Pós-Graduação, onde lidera o grupo de pesquisa Integração Regional, Globalização e Direito Internacional.

“Seus estudos sobre a condição jurídica do estrangeiro como objeto do direito internacional privado se anteciparam às consequências da globalização e se firmaram como i mp ortante marco teórico acerca da aplicação das normas supracionais a essa realidade jurídica específica, cada vez mais relevante no contexto dos direitos humanos”, afirma o parecer que indicou a concessão da honraria. A proposta do título de professor emérito foi apresentada pelos professores doutores Aurélio Agostinho da Boaviagem, Eugênia Barza, Francisco Barros Neto e Paul Weberbauer.

O professor Sylvio Loreto também se destacou na defesa do prédio da FDR e cuidou da restauração do imóvel histórico. Projetado pelo arquiteto francês Gustave Varim (1888), o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e Prefeitura da Cidade do Recife. Uma das preocupações de Sylvio era de que o curso de direito não fosse transferido para o campus universitário até o prédio quando o prédio oferecesse condições de abrigar o curso.

Até hoje a graduação é mantida no edifício histórico, a Casa de Tobias, um dos mais belos exemplares da arquitetura pernambucana em estilo eclético. Sylvio sempre optou pelo ensino guiado por uma pedagogia moderna, com participação permanente dos alunos, e promovendo sempre o debate em classe e até a ida ao campo com os alunos para ver a realidade mais de perto. Além de suas atividades em sala de aula e na gestão universitária, escreveu artigos para revistas especializadas. Também costumava participar de debates e discussões de trabalhos de outros autores.

O professor se destacou ainda pelo seu contato direto com os alunos e foi um dos primeiros a romper a “corda de segurança”. “Ele já defendia o conceito de educação 4.0, quando isso sequer era discutido. Para ele, não era o professor que ensinava, mas os alunos que aprendiam. Essa interação revelava um conceito moderno de educação", destacou Alexandres Rands, presidente do Diario de Pernambuco.  
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