Diario de Pernambuco
Busca

Reintegração

Abrigo para crianças e adolescentes, ONG Reaviva amplia atividades e inaugura espaço

Publicado em: 01/08/2019 06:30 | Atualizado em: 01/08/2019 10:31

Foto: Bruna Costa/Esp DP Foto.
A Organização Não Governamental (ONG) Reaviva, que trabalha com meninas entre 7 e 15 anos em situação de vulnerabilidade social em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), está ampliando suas atividades e inaugurou nessa quarta-feira (31) mais uma casa, desta vez para atender meninas e meninos de 0 a 7 anos de idade. O novo abrigo, que terá capacidade para atender mais outras 12 crianças, é 100% mantido financeiramente pela Church Mission Society (CMS), associação de igrejas anglicanas do Reino Unido. O evento de inauguração contou com voluntários britânicos no Brasil, o cônsul britânico no Recife, Graham Tidey, e o embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan. A expectativa da diretoria do abrigo é de que até dezembro deste ano, a casa esteja recebendo novas crianças. 

Criada em 2014, a Ong Reaviva foi a primeira casa em Olinda a atender exclusivamente meninas em situação de exploração, seja sexual, doméstica, física ou de trabalho. “Na época, estávamos encontrando várias meninas morando nas ruas ou com suas famílias mas em situação precária, porque seus parentes eram abusivos e elas precisavam sair daquela situação para um lugar seguro. E o que nós oferecemos aqui é um ambiente seguro para que possam se desenvolver de forma saudável e com muito amor”, lembra o presidente da Reaviva, o inglês Andy Roberts. Ele trabalha junto com a sua esposa, a brasileira Roseane Alves. O casal é funcionário da Church Mission Society.

As oito meninas que vivem no abrigo, atualmente, recebem todo um acompanhamento por psicólogas e assistentes sociais, frequentam escolas municipais ou estaduais da região, fazem aulas de dança e de iniciação na língua inglesa. “Nosso objetivo é restaurar a vida dessas meninas, para que possam superar o trauma do abandono ou do abuso. Para as crianças menores, focamos muito no brincar livre, porque infelizmente elas não tiveram a chance de ter uma infância. Para as adolescentes, nós também desenvolvemos um trabalho de inserção de cursos profissionalizantes e empreendedorismo para que, quando saírem daqui, possam ser independentes e seguir suas vidas com dignidade”, explicou Andy.

As crianças chegam à Ong Reaviva através do Conselho Tutelar da Vara da Infância e da Adolescência de Olinda. Mas não são todos os perfis de meninas que ingressam no abrigo. “Crianças que têm contato com drogas ou que são usuárias nós não abrigamos porque não temos braço especializado para tratar esses casos”, disse a diretora da Ong, Roseane Alves. 

Ainda segundo o casal, o trabalho da Reaviva também se dá reintegração das meninas a um seio familiar. “Às veze, não é possível devolver as crianças às suas famílias de sangue. E, nestes casos, procuramos por novas famílias através da adoção, via Vara da Infância. No Brasil, a maioria das pessoas só querem adotar bebês e crianças muito pequenas, enquanto temos crianças mais velhas e adolescentes que precisam de uma família. Então como as meninas que estão hoje aqui têm menos chances de ganhar uma família, trabalhamos bastante para que elas estejam preparadas e independentes para quando saírem daqui tenham esperança e trabalho para que possam ter um futuro que elas merecem”, afirmou Andy. 

O embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan, cortou os laços do novo abrigo, que irá receber mais crianças e inaugurou a placa da casa aberta nessa quarta-feira (31). Vijay disse que o apoio da Embaixada do Reino Unido à Reaviva não é formal, no sentido financeiro, mas político e sobretudo pessoal, em seu nome. Ele se considera um entusiasta da Ong. “Estou aqui para celebrar a ampliação das atividades solidárias desse casal britânico-brasileiro, utilizando a força dos dois países para diminuir as desigualdades e fomentar a cultura da doação e da adoção. Minha primeira visita aqui na ong foi há dois anos. E hoje posso ver a alegria dessas meninas”, comemorou o embaixador. 
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL