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MOBILIDADE

Empresas de ônibus da RMR perderam 25% dos passageiros nos últimos cinco anos

Publicado em: 20/08/2019 19:54 | Atualizado em: 20/08/2019 19:55

Cerca de 1,7 milhão de pessoas se transporte por ônibus na RMR diariamente. Foto: Leandro Santana/Esp. DP.
BRASÍLIA - O transporte coletivo por ônibus perdeu 12,5 milhões (4,3% do total de passageiros) de usuários entre abril de 2018 e abril deste ano. Isso representa pelo menos 420 mil passageiros a cada dia, na soma do total de pessoas transportadas em nove capitais brasileiras, incluindo a pernambucana.

Na Região Metropolitana do Recife (RMR), de acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), foi registrada uma queda de passageiros de aproximadamente 25% nos últimos cinco anos.

No último mês de abril, foram transportados 280,9 milhões de usuários no Brasil, contra 293,4 milhões no mesmo mês do ano passado. O menor número da série histórica, iniciada em 1994, foi em 2017: 270 milhões de viagens. O número atual é 25% menor do que o registrado em 2013. É como se um em cada quatro usuários tivesse deixado de usar os ônibus nos últimos seis anos.

Os dados somam as viagens em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo e estão no Anuário 2018-2019 da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), apresentado nesta terça-feira (20) no Seminário NTU, que acontece em Brasília (DF).

Seminário anual acontece em Brasília e discute o futuro do transporte coletivo no país. Foto: NTU/Divulgação.
A crise econômica, o aumento dos engarragamentos e o maior uso de aplicativos de transporte individual por aplicativo, como Uber e 99, são citadas como as principais causas da diminuição de usuários. "Apesar de suas inúmeras vantagens, o transporte público vem perdendo passageiros nos últimos anos; parte do público migrou para opções individuais, enquanto parcela expressiva da sociedade brasileira perdeu o acesso ao transporte em função da crise econômica, principalmente por falta de condições econômicas, o que representa o cerceamento de um direito constitucional básico - o de ir e vir", pontua a NTU, no documento. 

No Grande Recife, são transportados diariamente 1,7 milhão de passageiros. Ao todo, 400 linhas, de 13 operadoras, fazem cerca de 25 mil viagens por dia. "A gente entende que a pauta do transporte coletivo deve ser sempre priorizada, daí a importância das faixas azuis e da expansão delas para outras cidades da Região Metropolitana do Recife, já que nosso sistema é pensado de forma metropolitana, não faz sentido que apenas a capital tenha essa iniciativa. A solução da mobilidade passa pelo transporte coletivo", afirma o conselheiro de Inovação da NTU, Marcelo Bandeira.

De acordo com as empresas do setor, ainda são necessários avanços em frentes fundamentais à melhoria da qualidade do serviço, como investimentos significativos em infraestrutura e adoção de medidas de planejamento, operação e fiscalização que garantam a prioridade do transporte público. "Lamentavelmente, não houve melhorias impulsionadas por investimentos em infraestrutura voltados para o transporte coletivo por parte do poder público. Ao contrário, o que temos visto são políticas que favorecem a circulação de veículos individuais motorizados", enfatiza o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha.



   
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