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Simpósio Nacional traz ao Recife debate sobre a história e o futuro da educação no país

Publicado em: 15/07/2019 08:00 | Atualizado em: 15/07/2019 14:23

Foto: SNH/Divulgação

Professores de todos os níveis de ensino e pesquisadores irão se reunir no Recife, a partir desta segnda-feira, para discutir os desafios impostos ao campo da história na atualidade. Até a próxima sexta-feira (19), a capital pernambucana sediará, pela segunda vez, uma edição do Simpósio Nacional de História (SNH). Celebrando o 30ª aniversário, o encontro colocará o dedo numa ferida recém-aberta no país e trará como guia das atividades o tema “História e o Futuro da Educação no Brasil”, escolhido antes das eleições brasileiras 2018, do levante da desinformação a serviço da descredibilização dos fatos passados, que toma conta das redes sociais, e da pressão política sofrida pelos docentes dessa área de ensino.

O simpósio acontece a cada dois anos. A escolha do tema deste ano ocorreu em 2017, na Assembleia Geral do 29ª SNH, quase como uma previsão de um cenário que viria a ser desenhado nos meses posteriores no país. A proposta é debater sobre o papel do ensino de história no contexto atual e sobre os desafios enfrentados pelos profissionais no cumprimento desse processo de educação nas escolas, universidades e centros de memória e pesquisa. Mais ainda, de defender a história como um projeto político de construção de uma sociedade mais justa.

“Não há nada mais pertinente atualmente, sobretudo quando a disciplina de história e os professores, seja no espaço escolar ou nas universidades, têm sido atacados. Temos enfrentado uma batalha enorme com a negação da história, com os usos políticos da memória. O tema é um manifesto em defesa da história, para que as pessoas se humanizem, saibam que temos um longo capital cultural forjado no passado”, explica a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e presidenta da Associação Nacional de História – Seção Pernambuco, Juliana de Andrade. Ela é vice-presidente do simpósio e coordenará as atividades ao lado do professor do Colégio de Aplicação do Recife (CAP-UFPE) Márcio Vilela, presidente geral do encontro.

Estão sendo esperadas cerca de 6 mil pessoas para o simpósio no Recife, que sediou outra edição há 24 anos. “Naquele ano, o evento passou por uma ampliação e foi realizado pela primeira vez com mil pessoas. Seguindo a tradição do Recife, voltaremos a ampliá-lo”, disse Juliana de Andrade. Foram criados o Anpuh educação, um espaço voltado aos professores que discutirá temas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ausência de história no ensino médio; a Anpuhzinha, destinada a acolher aos filhos dos participantes; e a Anpuh na Rua, que ocorrerá no dia 18, com shows de Cascabulho e Forró de Cabeça, no Armazém do Campo, no bairro de Santo Antônio. “Será um ato festivo e político, para discutir a importância de se falar com a sociedade sobre a história”, acrescentou a professora.

O 30º SNH terá uma programação com mais de 160 simpósios, 18 conferências e 30 palestras. Entre os presentes, estarão James Naylor Green, da Brown University (EUA), discutindo “as repercussões internacionais do golpe de 1964 e de 2016” no Brasil; o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Pacheco de Oliveira Filho, que abordará o tema “história, direitos indígenas e mobilizações políticas”; Durval Muniz de Albuquerque Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a aula pública “História e política: a arte de fazer escolhas”; e o catalão Joan Pagès B., da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), com a conferência de encerramento “Aprenda a história, aprenda a ler o mundo”.

No site do evento é possível encontrar a programação completa. As inscrições online já estão encerradas, mas há a possibilidade de se inscrever como ouvinte na quadra do Colégio de Aplicação, nesta segunda-feira, das 9h às 14h. As atividades acontecem no campus Recife da UFPE. 

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