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Secretário pede que público denuncie vandalismo na Conde da Boa Vista

Publicado em: 18/07/2019 07:00 | Atualizado em: 17/07/2019 21:58

"Tem que denunciar, senão vira esculhambação", afirma o secretário Roberto Gusmão, da Emlurb - Marcos Pastich/PCR
A entrega da primeira etapa da nova Conde da Boa Vista, ocorrida nessa segunda-feira (15), continua suscitando discussões. Menos de 24 horas após a inauguração, o local foi alvo de vandalismo - uma pessoa atirou uma pedra contra a placa de vidro que informava sobre as linhas de ônibus. O secretário da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), Roberto Gusmão, procurou o Diario para pedir que a população denuncie. “Temos que mostrar que nós, como sociedade, somos mais fortes que os vândalos. Tem que denunciar, senão vira esculhambação”, disse o gestor, que estuda fiscalizar a via com câmeras para reprimir atos criminosos.

Esta semana, a reportagem foi às ruas conversar com pedestres e moradores da avenida. O sentimento era unânime: aprovavam a obra, mas temiam a depredação. Um deles foi o comerciante João Olavo Costa, de 65 anos: “está tudo bonito, tudo limpo, mas tem que colocar segurança. Senão aí que vão quebrar tudo mesmo”. A recepcionista Zildete Gomes, 51, compartilhava a opinião: “O vidro é bonito, mas as pessoas não têm consciência de conservação”, aponta ela, que acredita que as paradas deveriam ter sido feitas com outro material.
“Não vamos arredar o pé de fazer coisas com qualidade e durabilidade para as pessoas mais pobres só porque marginais depredam”, enfatiza Roberto, que clama pelo bom senso. “Cada vez que uma pessoa quebra um patrimônio público, está pegando dinheiro do próprio bolso e jogando no lixo”, prossegue. Para manter intacto o projeto da nova Conde da Boa Vista, o gestor estuda monitorar a avenida inteira, recorrendo às câmeras da Secretaria de Defesa Social. 

Painel informativo sobre linhas de ônibus foi depredado em menos de 24 horas da abertura do trecho - Bruna Costa/Esp. DP
Para denunciar, existem diversos números: o 190, da Polícia Militar; o 156, da própria Emlurb; e a ouvidoria da Prefeitura do Recife, no 0800-281-0040. “Um pichador, por exemplo, gosta de deixar uma marca. Então a probabilidade de pegar um elemento desses é grande”, acrescenta Gusmão, que rechaça a ideia de fragilidade dos equipamentos: “Lixeira, jardineira, mobiliário urbano (paradas). São materiais de qualidade e durabilidade. Não é porque são bonitos que são frágeis”.

O que diz a lei
Conselheiro da OAB/PE, o advogado criminalista João Olímpio explica que não há crime de vandalismo explicitado no código penal, mas esses são atos passíveis de punição. Quebrar a vidraça de um equipamento público, por exemplo, é dano qualificado (art. 163 do Código Penal). “Como a pena é menor que 3 anos, o juiz, mesmo condenando o réu, a princípio aplica uma pena alternativa. Já li relatos de pessoas condenadas a limpar pichação ou consertar um equipamento. Nesse caso da Boa Vista, pagar por o vidro que quebrou me parece adequado”, opina.

Garantias
Chamaram a atenção da reportagem as faixas de pedestres estarem se descascando, menos de uma semana da abertura do trecho. Roberto Gusmão minimiza: “Cada obra tem um prazo de garantia, que é de 30 a 40 dias. Nesse prazo, aquilo que precisar de reparo será reparado. Todos os ajustes podem ser feitos durante o serviço”.

A parte recuperada compreende o sentido cidade/subúrbio da avenida, entre as ruas da Aurora e do Hospício. Na madrugada da última terça, foi iniciada a restauração do lado inverso da via - subúrbio/cidade. 
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