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Feminicídio de Gisely Kelly completa dois anos, e família pede data para júri popular de empresário

Publicado em: 17/07/2019 22:02 | Atualizado em: 17/07/2019 22:02

Gisely Kelly foi encontrada sem roupa, sem documentos e com uma marca de tiro na cabeça. Foto: Facebook/Reprodução.
Há dois anos, familiares da diretora financeira Gisely Kelly Tavares dos Santos receberam ligações insistentes na madrugada. No dia seguinte ao 37º aniversário dela, ouviram que ela havia sido assassinada. O principal suspeito era o namorado com quem Gisely estava morando há seis meses. Imagens de câmeras de segurança do prédio onde o feminicídio aconteceu, no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife, mostraram o empresário Wilson Campos de Almeida Neto fugindo do edifício. Ele foi detido e cumpre prisão preventiva no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Agora, a família pede que o júri popular do acusado seja marcado. Se Gisely estivesse viva, completaria 39 anos amanhã.

Nesta quinta-feira (18), familiares e amigos dela reúnem-se em uma missa na Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, em Campo Grande. "São dois anos muito difíceis para toda a família. A mãe dela tem 77 anos e vive tomando remédios. O filho, de 17 anos, ainda não se recuperou da perda. Queremos, para ver parte desse ciclo de sofrimento diminuir, que o júri popular seja marcado", disse a assistente comercial Zenaide Fernanda de Albuquerque, 25, prima da vítima.

Crime aconteceu em apartamento no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife. Foto: Ana Paula Neiva/Arquivo DP.
Gisely foi encontrada sem roupa, sem documentos, com uma marca de tiro na cabeça, dentro do banheiro de um apartamento no quarto andar do Edifício Praça do Rosarinho Prince, na Rua Amaro Coutinho, localizado nas imediações da Praça do Rosarinho. O casal comemorou o aniversário da vítima na noite do dia 18 de julho, chegou ao apartamento por volta das 2h do dia 19 e, por volta das 2h30, o empresário deixou o apartamento sozinho levando a arma utilizada no crime.

O corpo foi encontrado pela prima do suspeito. A mulher teria recebido um telefonema do empresário informando que um acidente tinha acontecido no imóvel. Ao chegar ao local e encontrar Gisely, ela teria acionado a polícia. O empresário já havia tido outra arma, uma pistola apreendida em maio de 2017, depois de efetuar um disparo na garagem do prédio. Ele adquiriu uma nova arma, que foi usada no feminicídio. "Eles estavam juntos há três anos. Nesse período, ela se afastou da família, mudou o jeito de se vestir. Era uma mulher extrovertida, feliz e muito presente nos eventos familiares. Quando ela percebeu que estava numa relação abusiva, mandou mensagens para amigas dizendo que ia deixá-lo, mas ele a matou antes", diz Zenaide.

Justiça

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) respondeu que o processo tramita na 2ª Vara do Júri da Capital e encontra-se em grau de recurso na 4ª Câmara Criminal, sob a relatoria do desembargador Marco Antonio Cabral Maggi. "Atualmente, os autos do Recurso de Sentido Estrito 0004659-7.2018.8.17.0000 estão na Procuradoria de Justiça em matéria criminal para que o Ministério Público apresente contrarrazões aos embargos interpostos neste processo de 2º grau. O réu Wilson Campos de Almeida Neto teve sua prisão preventiva confirmada em despacho exarado pelo juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques no dia 10 de setembro de 2018; e seu julgamento foi encaminhado a Júri Popular, em decisão de 13 de julho do ano passado", informou o TJPE. 

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