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Caso Itaíba: fazendeiro nega que planejou fuga, mas polícia o indicia por morte de PM

Publicado em: 31/07/2019 20:03 | Atualizado em: 31/07/2019 20:32

José Maria Pedro Rosendo Barbosa foi condenado como mandante da morte do promotor Thiago Faria, em 2013 - Alcione Ferreira/Acervo DP/D.A Press
Condenado pelo assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa será indiciado por outra morte: a do sargento Rinaldo Azevedo, que fazia a fiscalização da Penitenciária Barreto Campelo e foi baleado no momento em que o fazendeiro e outros seis detentos fugiam de lá, em fevereiro de 2019. Em depoimento à Polícia Civil, nesta quarta-feira (31), José Maria nega que tenha planejado o fato e que só fugiu por ter visto a oportunidade acontecer.

O depoimento foi colhido pela manhã, na sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, Zona Oeste do Recife. Segundo o delegado Adyr Almeida, ele “deu causa” à morte do sargento. “Ele tá sendo indiciado por homicídio com dolo direto. Como participou da fuga, deu causa a esse crime”, explica Adyr. Além de homicídio, ele também será indiciado por fuga e formação de quadrilha.

Sobre a fuga em si, José Maria nega que tenha participado do planejamento. “Ele contou a versão dele. Disse que viu cinco homens armados, com armas longas no dia, viu oportunidade (de fugir) e correu junto”, acrescenta o delegado, que não pode detalhar mais sobre o depoimento por questão de sigilo.

O fazendeiro foi encaminhado na tarde desta quarta para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Grande Recife. Ele deve ficar preso por lá até chegar a ordem de transferência dele para um presídio federal, fora de Pernambuco. 

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Entenda o caso
José Maria Rosendo foi capturado na manhã da última segunda (29), em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Ele tinha fugido há cinco meses da Barreto Campelo, onde cumpria pena pelo assassinato do promotor Thiago Faria. O crime aconteceu em 14 de outubro de 2013, quando Thiago seguia para o trabalho acompanhado de sua noiva, Mysheva Martins, e do tio da mulher, Adautivo Elias Martins. 

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), quatro pessoas convocadas pelo fazendeiro atiraram contra os integrantes do veículo. Thiago foi atingido por quatro tiros. Mysheva e Adautivo não se feriram por terem conseguido fugir do carro. O motivo do atentado seria disputa por terra - José Maria perdeu a posse de um terreno para Mysheva, após leilão da Justiça Federal.

Além de José Maria Rosendo, foram acusados como executores José Maria Domingos Cavalcante, Antonio Cavalcante Filho, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. Adeildo foi absolvido por falta de provas; José Maria Domingos condenado a 18 anos de reclusão; José Marisvaldo recebeu pena de 35 anos e oito meses de reclusão; e Antonio não foi julgado por estar foragido até hoje. Os julgamentos aconteceram entre outubro e dezembro de 2016 e as penas foram revisadas no final de 2017.
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