A tradição de acender a fogueira, que remete ao nascimento de São João, o santo mais festejado do Nordeste, se mantém forte não apenas no interior do estado, mas também na capital pernambucana, embora seja mais comum nos bairros periféricos. A venda de madeira para iluminar a véspera da chegada do santo já era intensa desde a semana passada. Os cuidados com a fiscalização não parecem ser problema para os vendedores. A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) não realizou nenhum trabalho especial de vistoria de madeira em 2019 – apenas as de rotina.
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Queima de fogueiras mantém tradição na noite de São João
“Há três anos não temos apreensão de material ilegal na Grande Recife. Entendemos que isso é resultado da fiscalização, do trabalho da educação ambiental que fizemos”, explicou Cinthia Lima, analista em gestão ambiental da CPRH. A reportagem percorreu algumas localidades e constatou que a tradição vem sendo mantida. Na Rua Astronauta Collins, em Santo Amaro, área central, a vizinhança inteira aguardava a véspera do dia 24 na companhia da pilha de lenha.
“Todo ano cada um na rua faz a sua. Olha como ficou bonitinha a minha”, afirma a dona de casa Solange do Nascimento, 62 anos. Com sua neta, Mayara, nos braços, ela mostra orgulhosa a fogueira, que fez com madeira que ela mesma catou. “O povo do interior que faz mais, né? Mas aqui na rua a gente gosta. Meu marido já tinha acendido uma para Santo Antônio e agora no São João tem de novo”, contou.
Na Avenida Professor José dos Anjos, no Arruda, encontramos o gari Jorge Rocha, 45, fazendo a sua fogueira. “É uma tradição e vai ter muito forró para animar toda a comunidade”, revelou Jorge. Pai do pequeno Iuri, ele se cerca de cuidados para não se machucar. “Não adianta por gasolina ou álcool, senão o fogo vai para cima de você”.
Apesar do gosto pela tradição as vendas foram mais fracas em relação a anos anteriores. O autônomo Marconi da Silva, 34, trabalha com fogueiras desde os 15 anos. “Quem sabe trabalhar, tira um bom trocado. Normalmente vendo por R$ 40, mas aí se chega uma pessoa sem tanta condição, a gente faz por R$ 30”, explicou. Já o vendedor Iranildo Lima, 47, diz que a tradição só se mantém por causa dos mais velhos. “A turma nova não liga muito, não. Uma das minhas clientes é uma senhora que mora no Bairro Novo. Todo ano ela me encomenda”, afirmou.
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A tradição da fogueira junina tem origem bíblica e conta o acordo entre as primas Maria e Isabel. Isabel combinou com Maria que acenderia uma fogueira quando seu filho, João Batista, nascesse. Assim, Maria saberia o momento em ela daria a luz.
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