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Edifício Holiday na iminência de um desastre
Prédio situado em Boa Viagem tem graves riscos à vida de seus três mil moradores
“A situação no Holiday, em termos de risco, chegou ao limite e é muito grave. Não adianta pormenorizar a situação. É um edificação patológica e não podemos deixar que o Holiday seja mais uma tragédia brasileira pela falta de precaução. Se for preciso retirar os moradores, nós faremos porque nosso objetivo maior é tomar decisões que preservem vidas. E, para isso, estamos coordenando ações com diversas equipes que estão fazendo avaliações. O laudo da Defesa Civil foi concluído, também pedimos um trabalho da vigilância sanitária. Tudo está sendo entregue ao Ministério Público de Pernambuco, que abriu um inquérito civil na semana passada e estamos judicializando todo o processo. Falta solicitar oficialmente o laudo do CREA/ PE”, explanou o tenente-coronel de Planejamento Operacional do Corpo de Bombeiros, Erick Aprígio.
Um cadastro socioeconômico está sendo realizado pela Defesa Civil do Recife e, uma estimativa prévia, segundo o coronel do Corpo de Bombeiros, 80% dos 476 apartamentos são alugados ou servem de comércio. No entanto, de acordo o administrador do condomínio e morador do Holiday, Carlos Barbosa, 52 anos, apenas 30% dos imóveis são locados e 70% dos residentes são proprietários de seus apartamentos.
“Temos 200 idosos morando aqui. Temos pessoas obesas, deficientes, diabéticas. Todo mundo precisa do elevador. A maioria dos idosos, por exemplo, mora nos últimos andares. Além disso, utilizamos água de poço, que precisa de energia elétrica para puxar e chegar até os apartamentos. Sem luz, ficaremos sem água também e seremos obrigados a sair”, lamentou Carlos Barbosa.
Para a dona de casa Valdete Moraes, 58, residente e proprietária de sua unidade, será difícil sobreviver fora do condomínio. “Os moradores mais antigos estão aqui desde que o edifício foi construído, fincaram suas raízes aqui. Como vamos dizer para eles que vão sair? E para onde vão? Acho que para muitas pessoas, será o mesmo que matar.”
Para o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, a interdição deve ser a última alternativa. “Há possibilidade concreta de uma tragédia por conta das condições elétricas. Existe outros problemas vinculados, como a conservação do prédio e o lixo. E, em caso de incêndio, pode haver sim um desmoronamento. Mas acredito que se houver uma divisão de responsabilidades para resolver os problemas mais críticos sem retirar as pessoas, será a melhor opção. E quando falo em urgente não é daqui a 15 dias. É ainda esta semana, porque o risco é iminente”, disse Braga.