Vida Urbana

Fiéis pedem permanência de pároco

Arquidiocese anunciou a transferência do padre Deyvson da Igreja de Casa Forte para a Igreja do Janga

Fiéis e moradores de cinco comunidades próximas à Paróquia de Casa Forte, situada no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Recife, pretendem reivindicar, na próxima quarta-feira, às 11h, na Arquidiocese de Olinda e Recife, junto ao arcebispo dom Fernando Saburido, a permanência do padre Deyvson Soares, atual pároco da Igreja Matriz de Casa Forte. Desde a morte do padre Edwaldo Gomes, em julho de 2017, que esteve à frente da paróquia por 47 anos, os fiéis contam com a presença do padre Deyvson, que já acompanhava o trabalho do padre Edwaldo. O anúncio da saída dele para uma paróquia do bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, surpreendeu os fiéis que querem sensibilizar o arcebispo para que o religioso permaneça em Casa Forte.  

O grupo com mais de 150 pessoas vai aproveitar uma audiência já agendada com o arcebispo para tratar de problemas no templo e entregar também um abaixo-assinado como forma de dimensionar o sentimento de tristeza com a transferência do religioso. Karina Regis, 35 anos, cresceu frequentando a Igreja de Casa Forte. Segundo ela, o movimento não pretende ofender ou desacatar o arcebispo, e sim mostrar o carinho dos fiéis com o padre Deyvson após a perda dolorosa do falecimento do padre Edwaldo. “O movimento é de gratidão e amor por tudo que o padre fez na paróquia depois de  substituiu padre Edwaldo, que faleceu”, contou. 

Dona Cida, 49 anos, é síndica de um condomínio situado na comunidade Lemos Torres, bem próximo à paróquia, e há 26 participa das missas realizadas no local. “A transferência dele aconteceu antes da marcação da audiência. Caso ele saia, a comunidade é capaz de fazer uma grande mobilização. Ele nos deu muito apoio. Durante a missa, ele disse que queria ficar conosco”, relatou. A redação do Diario de Pernambuco não conseguiu contato com o padre Deyvson Soares. 

Segundo a Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Olinda e Recife, as mudanças ocorrem, em primeiro lugar, de acordo com a necessidade da Congregação em cada momento. Também procura-se ver as características de cada comunidade e as qualidades pessoais de cada sacerdote. Ainda de acordo com a instituição, as mudanças ajudam a evitar a acomodação, trazendo oportunidade de crescimento com os novos desafios. 

SAUDADE
Além do trabalho religioso, padre Edwaldo gostava de ajudar os pobres e criou a Creche Beneficente Menino Jesus para acolher as crianças de mães que trabalham fora. Outra criação dele é a Casa da Criança Marcelo Asfora, que oferece reforço escolar e assistência médica e psicológica. Ficou conhecido por ações sociais desenvolvidas em comunidades da região, sendo a principal delas a realização da Festa da Vitória Régia.

“Era uma pessoa que não apenas pregava, mas sim colocava em prática o que defendia. Os últimos dois meses que passei com ele foram marcantes para mim. Tudo que sou como ser humano devo a ele”, contou Emília Gomes, sobrinha do padre Edwaldo Gomes. “A atenção que ele tinha com o próximo era algo inexplicável. Me sinto honrada em ter passado os últimos momentos com ele. Isso me mexe até hoje”, esclareceu Laucidea Gomes, irmã do sacerdote falecido.

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