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Júri de ex-sargento da PM acusado de matar adolescente no Ibura é adiado

Réu apresentou novo advogado, que não teve tempo hábil para estudar o processo

Publicado em: 24/09/2018 09:32 | Atualizado em: 24/09/2018 12:20

Parentes e amigos de Mário rezam Pai Nosso na frente do fórum. Imagem: Marcionila Teixeira/DP

O julgamento do ex-sargento da reserva da Polícia Militar, acusado de matar o estudante Mário Andrade de Lima, 14 anos, em 2016, foi adiado. O anúncio foi feito pelo juiz Jorge Luiz dos Santos Henrique, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, no Recife. Nesta segunda (23), Mário estaria completado 17 anos. Familiares e amigos do adolescente, além de defensores de direitos humanos que foram ao julgamento estão inconformados com o adiamento. 
 
O réu, o ex-sargento da Polícia Militar Luiz Fernando Borges, vinha sendo acompanhado pela Defensoria Pública, mas hoje anunciou que já tinha advogado constituído. O último ato do advogado no processo, no entanto, tinha sido o pedido de habeas corpus para o ex-PM. Como ele não se apresentou para fazer as alegações finais, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) acionou a Defensoria. O advogado, desta vez, será intimado oficialmente pela Justiça da nova data do julgamento e terá tempo hábil para estudar a defesa.
 
O julgamento deve ocorrer no dia 10 de outubro. O ex-PM espera a sentença da Justiça no Presídio de Igarassu. É réu confesso e já perdeu a farda de militar após conclusão do Processo Administrativo Disciplinar feito pela Corregedoria da Polícia Militar.

O crime aconteceu em 25 de julho de 2016, em uma via importante do Ibura, a Avenida Dois Rios, na periferia do Recife. Mário foi assassinado com três tiros, aos 14 anos. Ele chegou a pedir de joelhos para não ser morto. O homicídio chocou a comunidade. Dois ônibus partiram cedo do Ibura, levando amigos e vizinhos para o Fórum do Recife. A mãe do adolescente, Joelma Lima, 36, acompanhou indigada o adiamento.

“Esse tipo de crime precisa ser combatido com veemência, pois se relaciona a menino pobre, de comunidade. Pessoas que estão na periferia de nossa sociedade precisam de ações afirmativas dentro da perspectiva de inclusão social, mas também precisam, quando forem agredidas, de uma proteção especial do estado. O Ministério Público vai atuar para fazer justiça para esse caso", disse o promotor Guilherme Castro.
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