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Missa do Vaqueiro é celebrada em Serrita neste domingo
Vaqueiros de todo Nordeste participam da festividade, que completa 48 anos este ano
Vaqueiros de várias regiões do Nordeste se reunem neste domingo (22) na maior festa do Sertão pernambucano, a Missa do Vaqueiro, na cidade de Serrita, a 535 quilômetros do Recife. Em sua 48° edição, a festa traz o sagrado e o profano, preservando assim as tradições, a cultura e a fé do povo sertanejo. A missa em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó foi celebrada nesta manhã, no Parque Estadual João Câncio, no Sítio Lajes. A partir das 15h, a começa a festa com apresentações de cantores da terra. Estão sendo esperadas mais de 50 mil pessoas.
Cerca de mil vaqueiros marcaram presença na celebração. De acordo com a tradição, a missa começou com uma procissão deles a cavalo, levando, em honras a Raimundo Jacó, oferendas como chapéu de couro, chicotes e berrantes ao altar de pedra rústica em formato de ferradura. Na hora da comunhão, no lugar da hóstia, os vaqueiros receberam farinha de mandioca, rapadura e queijo. Participaram do momento representantes religiosos e artistas, como Josildo Sá, Coral Aboios, Flávio Leandro, Mariana Aydar, os aboiadores Ronaldo, Fernando e Inácio e o repentista Pedro Bandeira.
A partir das 15h, a prefeitura da cidade faz festa às margens da PE-507, próximo ao Ginásio de Esportes Antônio Domingos. No palco, irão passar artistas da terra, Rodrigo Xonado e Renan Domingues, além da cantora Érika Diniz e do forrozeiro Kinho Callou.
Este ano, o escritor Nelson Barbalho, um dos principais nomes da literatura e da história de Caruaru, é o homenageado (in memorian). A escolha, segundo Helena Câncio, que comanda a organização do evento, foi uma forma de celebrar o centenário do escritor que é o autor da música “A Morte do Vaqueiro” (tengo lengo tengo lengo tengo), eternizada na voz de Luiz Gonzaga e feita em homenagem à morte do vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Gonzagão.
A Missa do Vaqueiro de Serrita é uma realização da Associação Rebanho Cultural, conta com patrocínio da Empetur e do Governo do Estado de Pernambuco. Entre os apoiadores, a Prefeitura de Serrita, a Fundação Padre João Câncio, Apega (Associação dos Vaqueiros de Pega de Boi), Santa Clara, Frisco e Associação Lula Gonzaga dos Forrozeiros do Brasil.
A celebração teve origem a partir do assassinato do vaqueiro Raimundo Jacó, ocorrida nas caatingas do Sítio das Lages, distrito de Serrita, no Sertão do Araripe. A missa é realizada desde 1970, sempre no quarto domingo do mês de julho, e foi idealizada por Luiz Gonzaga, primo de Jacó e autor de uma música em homenagem ao vaqueiro.
A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Mas Gonzaga queria mais. Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos – padre que ao ver a pobreza e as injustiças cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão – para fazer do caso de Jacó o mote para o ofício do vaqueiro e para a celebração da coragem.
Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas – como chapéu de couro, chicotes e berrantes – ao altar de pedra rústica em formato de ferradura.