O trabalhador de turno faz parte de um grupo propenso ao desenvolvimento de distúrbios no ritmo circadiano, como é chamado o ciclo biológico de um dia (24h), além de problemas como insônia, ronco e apneia do sono. Se esses problemas não forem diagnosticados e tratados, podem desencadear danos irreparáveis para a saúde do indivíduo, disse a especialista.
O Durmabem chegou para diagnosticar e tratar pessoas com dificuldade de dormir por meio de dois tipos de trabalhos voltados para empresas. O primeiro é focado na educação (aconselhamento e palestras), além de acolhimento em sono dos funcionários de forma personalizada. Já o outro se baseia na efetividade, com acompanhamento dos trabalhadores em todos os âmbitos (alimentação, atividade e rotina, por exemplo), com apoio de uma equipe multidisciplinar (dentista, nutricionista, fonoaudiólogo e educador físico), além do Recursos Humanos da empresa.
O segundo exemplo será posto em prática na Itamaracá Transportes, empresa pernambucana que integra o Conorte, Consórcio do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife. Atualmente, a Itamaracá tem mais de 1.450 empregos diretos e realiza diariamente cerca de 2.700 viagens.
O sono da noite é diferente do sono do dia. "É melhor para o indivíduo dormir à noite, pois é nesse momento que são regulados hormônios importantes e preservadas aquisições cerebrais cardiorrespiratórias", afirmou Lidiane Santana.
Segundo a especialista, o objetivo do programa é tentar diminuir este impacto negativo nos trabalhadores. "Não existe receita de bolo. A tão falada higiene do sono tem sido registrada nos últimos estudos como de suma importância, de forma individualizada. Em relação aos trabalhadores de turno não é diferente. Precisamos construir um diário de rotina desse paciente e entender a programação genética dele, já que o impacto da privação noturna é diferente entre os indivíduos".
Em linhas gerais, muitas dicas bem sucedidas para manter-se acordado durante o trabalho têm sido apontadas em estudos científicos publicados na área. Entre elas, aumentar a incidência luminosa durante a realização do trabalho noturno; utilizar óculos escuros nas duas últimas horas de trabalho que anteveem o retorno ao lar, como os motoristas de ônibus, por exemplo; instituir cochilos de 20 minutos no intervalo do trabalho e dormir 2h antes de começar o turno. Em alguns pacientes, a suplementação de melatonina pode ser recomendada e, em alguns casos, acompanhamento com prescrição médica também.