Moradores do Vale do Capibaribe, localizado no município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR) protestam na manhã desta quinta-feira (24) na Avenida Delmiro Correia contra a reintegração de posse da comunidade.
De acordo com o líder comunitário Alessandro Pinheiro, de 45 anos, um documento foi emitido pela 2ª Vara Civil do município informando que os moradores da região têm apenas 10 dias para desocupar o terreno que hoje agrega também a comunidade Alberto Maia, em Santa Terezinha.
Desde às 6h da manhã moradores da região estão articulados em protesto contra a decisão da justiça. Eles informaram que no começo desta quinta foram até a Prefeitura para conversar com o Prefeito Demóstenes Meira (PTB), mas que não foram bem recebidos e até bala de borracha foi lançada contra os moradores.
Moradora há 5 anos da comunidade, Marisa da Silva Ribeiro, 20 anos, vive em um barraco de lona. “Era um terreno baldio que servia para marginalidade. A gente como não tinha nada lá, invadimos e construímos casas, mercadinhos. E agora querem demolir nossas casas. Mas a gente não vai deixar, a gente vai à luta”. Ela explica que está desempregada e que em caso de despejo a única alternativa que vai ter será morar debaixo de um viaduto.
Em reforço ao que Marisa explicou, a doméstica Joniza Lusinete de Albuquerque, empregada doméstica, 32 anos, conta que mora no entorno da comunidade desde a infância e que o terreno servia para desova de corpos.
“As pessoas que não tinham casa resolveram ocupar o espaço, mas recentemente uma dona do espaço apareceu e a juíza nos deu ordem de despejo. A única coisa que eu tenho é a minha casa tem um vão com um banheiro, mas tem gente que tá morando em barraco de tábua”.
O morador da residência que foi atingida, Aldo Euzébio, de 52 anos, disse que se assustou com o barulho. Ele comentou ainda que o motorista do caminhão irá se responsabilizar pelos prejuízos. O muro da casa e parte interna da residência precisarão ser refeitos. Os moradores que se encontram em frente ao local do incidente afirmam que não sabem dizer que é o dono de um veículo que também foi atingido pelo poste. O automóvel estaria estacionado desde a noite de ontem na área.