Foi na Praça Faria Neves, no bairro Dois Irmãos, que o segurança Ednaldo Godoy, 53, marcou, pela segunda vez, um encontro com Cristina Silva, 48. O primeiro foi há um mês no mesmo local. O banco da praça sombreado por um oitizeiro era o cenário ideal para ambos se conhecerem melhor. O logradouro desenhado por Burle Marx em 1958 completa 60 anos em 2018, utilizado diariamente por moradores, trabalhadores e universitários da região.
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Praça desenhada por Burle Max completa 60 anos e precisa de reparos
A praça Faria Neves, construída em 1958, é usada diariamente por moradores, trabalhadores e universitários do bairro de Dois Irmãos
"Nosso primeiro encontro foi aqui, no dia 14 de fevereiro. Espero que seja um bom sinal”, disse Cristina. "Aqui é um local tranquilo para conversar e tem sombras", acrescentou Ednaldo. Na praça também encontramos Sidney Silva, 38 anos, funcionário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFRPE), que descansava, em sua hora de almoço, em uma das mesinhas disponíveis no espaço.
O jardim é um dos seis conjuntos de Burle Marx tombados no Recife pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2015. Em 2006, a praça foi restaurada e teve o desenho original recuperado com ajuda do Laboratório de Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em 2009, no centenário de nascimento do paisagista, ganhou uma revitalização. Atualmente, a manutenção é feita pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe).
A praça dispõe de oito bancos de madeira, que estão desgastados e a altura do piso em relação ao assento dos bancos ficou maior devido às varrições. “Mesmo uma pessoa com altura mediana fica com as pernas sem encostar no piso e é ruim para a circulação”, reclamou Dulce Pereira, 35.
O espaço é rico em sombras devido à quantidade de árvores. Além do oitizeiro, há jambeiro, mangueira, pau rei, ipê e palmeiras imperiais. O projeto paisagístico apostou em espécies da Mata Atlântica dando continuidade à vegetação da Mata do Horto Dois Irmãos. “O jardim precisa ser visto como monumento vivo. As pessoas têm dificuldades em entender que é o mesmo que tombar um edifício, mas necessita de cuidados sempre”, alertou a coordenadora do Laboratório de Paisagem, Ana Rita Sá Carneiro.
Dos seis jardins, ela chama atenção à situação das praças Faria Neves e Derby. Nos dois casos, a realização de eventos nos locais trazem prejuízo ao monumento. “A gente sabe que a praça é do povo, mas após os eventos é preciso manutenção. O Derby costuma receber manifestações. Na Faria Neves, todos os domingos é instalado um parque com pôneis e os animais comem as plantas do jardim."
Levantamento apontará prioridades do local