Vida Urbana

Suspeito de estuprar crianças de abrigo embebedava e drogava as vítimas

Ele, no entanto, nega as acusações e se diz altruísta

O mandado de prisão foi cumprido pelo Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente na última segunda. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Um homem suspeito de embebedar, drogar e estuprar crianças salvaguardadas de uma casa de acolhimento, sob tutela do Governo de Pernambuco, no bairro da Madalena, no Recife, foi preso em ação do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). A Secretaria de Desenvolvimento Social Criança e Juventude acionou a polícia para investigar a fuga constante de alguns atendidos pelo sistema. Durante a ouvida qualificada dos assistidos, foi descoberto que eles estavam indo para a residência de Luiz Carlos Germany de Santana Fischer, o Jeti, de 29 anos. Eles narraram os crimes cometidos pelo suspeito. Um adolescente, que testemunhou Luiz Carlos despindo e abusando de uma criança, chegou a ser espancado e ameaçado de morte para não contar o que viu.

"As crianças pulavam o muro e voltavam de madrugada ou no dia seguinte para o abrigo. Elas contaram com riqueza de detalhes quando iam para a casa desse indivíduo e ele dava bebida alcoólica e, às vezes, drogas para elas. Após fornecer esse tipo de substância, abusava", esmiuçou o delegado Darlson Macedo, gestor da DPCA. Luiz Carlos foi indiciado por estupro de vulnerável e por fornecer bebidas e drogas para duas meninas de dez anos, que não têm relação de parentesco. O abuso foi comprovado através de exames sexológicos. As penas somadas podem chegar a 19 anos. 

Luiz Carlos Germany ainda é investigado por lesão corporal e ameaça contra uma testemunha dos abusos. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Ao prestar depoimento, o suspeito negou todas as acusações. "Ele nega os crimes, mas admite que as crianças iam para a casa dele. Disse que elas ficavam lá e ele dava comida e refrigerante. Diz ser altruísta, mas o depoimento dele não se sustenta", pontuou Darlson Macedo.

NEGLIGÊNCIA
As crianças da casa de acolhimento estão em processo de destituição do pátrio poder familiar, ou seja, já foram vítimas de uma conduta imprópria dos pais. Não estão em conflito com a lei, tampouco em situação de internamento. Elas ficam no espaço até encontrarem um lar substituto na casa de um familiar ou entrarem em processo de adoção. Sobre as constantes fugas do abrigo, a Polícia Civil adiantou que deve ter alguma falha no processo de segurança do local. "Vamos ter que analisar em que circunstâncias ocorreram as fugas aprofundando a investigação para saber se há conduta criminosa por parte de quem deveria zelar pela integridade das crianças", concluiu.

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