Vida Urbana

Líder religioso é suspeito de estuprar jovem lésbica como 'cura gay'

A prisão do suspeito foi decretada em julho deste ano, mas através de uma liminar ele está respondendo em liberdade desde o dia 2 de agosto. Promotora do Ministério Público questiona decisão

Promotora de Justiça e Cidadania de Olinda, Henriqueta de Belli, acompanha o caso. Foto: Blenda Souto Maior/DP

Atualmente o processo penal tramita em segredo de justiça na 3° Vara criminal, em Olinda. Na manhã de hoje, representantes de instituições que atuam em defesa dos Direitos Humanos estiveram presentes no Ministério Público de Olinda para acompanhar o caso. "É importante que a sociedade esteja alerta para esse tipo de situação porque é um crime que a as vítimas têm vergonha de denunciar. O fato de ele ter sido solto provoca mais medo nas vítimas em denunciar casos deste tipo. Quanto sociedade civil e representantes de ONGs podemos ajudar estando à disposição para dar respaldo com serviços de acompanhamento psicológico e acompanhamento jurídico", comentou o advogado do Instituto Boa Vista, João Henrique de Lima.

De acordo com o relato da vítima, o religioso praticou violência sexual após tomar conhecimento que ela tinha um relacionamento homoafetivo. Durante o crime, ele chegou a falar que "queria ver se ela gostava de menino ou de menina", segundo a jovem. O estupro aconteceu no dia 28 de dezembro de 2015, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, quando a vítima tinha 18 anos. Somente em março do ano passado a jovem contou aos pais, que recorreram a DPCA.

Nos primeiros meses deste ano, quando o acusado soube que foi denunciado pelo Ministério Público, ele começou a direcionar ameaças e a hostilizar a vítima. "Ela está com dificuldade de frequentar a própria escola criando situações de constrangimento em prejuízo da vítima. Houve uma situação que ele chegou a colocar o carro por cima dela, que conseguiu se desvincilhar e a vida dela ficou insustentável na comunidade. Ela, na condição de vítima, não poderia passar por esse tipo de situações e foi pedida a prisão", explicou a promotora Henriqueta de Belli.

Uma audiência está marcada para o dia 24 de agosto, no Fórum de Olinda, para instrução e julgamento. Com a soltura do acusado, a promotora se preocupa com a segurança da jovem. "Está pendente o julgamento do habeas corpus no órgão colegiado porque essa foi uma decisão somente do relator que recebeu o pedido. Enquando ele estiver solto, o Ministério Público acredita que ele não vai deixar de direcionar ameaças. Não é justo que uma vítima de crime sexual dessa ordem continue sendo submetida a outros sofrimentos por conta de um acusado que não se conforma com o fato de estar sendo processado", critica.

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