Vida Urbana

Igreja Madre de Deus recebe concerto em dia de Corpus Christi

Roberto Ramos/DP

O concerto homenageou os 250 anos do padre José Maurício, um mulato, descendente de escravos, considerado um dos nomes mais representativos da música em sua época (fim do século 18 e início do século 19). Na noite desta quinta-feira (15), foi apresentada pela Sinfonieta da Universidade Federal de Pernambuco e o Coro de Solistas da Academia de Ópera e Repertório da UFPE aquela que é considerada a grande obra do padre, a Missa de Nossa Senhora da Conceição. Os grupos fazem parte do projeto de extensão da universidade e são formados por alunos e ex-alunos.

“Estamos agradecidos por ter sido escolhidos para receber o concerto no dia da celebração de Corpus Christi. O padre José Maurício desenvolveu uma música genuinamente brasileira”, lembrou o padre Rinaldo Pereira dos Santos. Segundo o sacerdote, abrir a igreja para eventos culturais sensibiliza a comunidade local sobre a co-responsabilidade na conservação do patrimônio religioso do estado.

“Na páscoa, chegamos a receber outro evento semelhante, mas menor. Um espaço só perde sentido quando é danificado ou quando deixam de usá-lo. Queremos a igreja não só centro de espiritualidade, mas de educação patrimonial”, detalhou padre Rinaldo.

A realização da série de concertos “A Maravilhosa Música Clássica Brasileira” é uma parceria do Governo do Estado com a UFPE. “É gratificante para a universidade, em seus 70 anos, participar desse momento”, afirmou o reitor da instituição, Anísio Brasileiro. “Vamos continuar a mostrar a grande música clássica produzida no Brasil”, disse o secretário de cultura do estado, Marcelino Granja.

Dentro da série, já foram realizados concertos em função dos 130 anos de Villa-Lobos e com obras de Villani-Côrtes. As próximas serão para os 120 anos de Francisco Mignone e os 110 anos de Camargo Guarnieri.

A nutricionista Marília Santana e o administrador Rômulo Silva, ambos 28 anos, foram atraídos pela apresentação realizada na Madre de Deus. “Estávamos passando de carro e decidimos parar. Não conhecia o padre e sua obra. É um evento diferente, que não estamos acostumados a ver com frequência”, comentou Marília.

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