Vida Urbana

Orla de Jaboatão receberá obra para reter a maré

Quatro anos após os serviços de engorda nas praias de Jaboatão, prefeitura prepara intervenção em trecho onde o mar voltou a avançar

Orla de Jaboatão receberá obra para reter a maré. Foto: Thalyta Tavares/Esp.DP

Comerciantes temem novos prejuízos. “Todos os dias a gente tem que colocar as cadeiras e os guarda-sóis um pouco mais distantes da água e cada vez mais perto do calçadão. Estamos preocupados porque antes (da engorda) era difícil tomar banho e vinha pouca gente, o que dificultava nosso trabalho”, contou o ambulante José do Rosário, de 52 anos.

Nos primeiros três anos, o aumento da faixa de areia atraiu novos comerciantes. Somente após a obra, o número de vendedores subiu de 120 para mais de 500, que aproveitaram a maior frequência de banhistas. “Trabalho aqui há 10 anos e a gente ficava praticamente na calçada para poder vender. Hoje tem muito mais visitantes que vêm consumir e tomar banho”, comentou Azenaide de Siqueira, 46, que vende bebidas na orla de Candeias.

O monitoramento do avanço do mar é feito pelo Núcleo de Estudos Marinhos (NEM), ligado à Secretaria do Meio Ambiente e formado por especialistas das áreas de biologia e oceanografia da UFPE, além de técnicos da prefeitura. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana da cidade, a obra será diferente da anterior. Até o momento, não será necessária nova engorda.

Estamos observando dois cenários. O primeiro é de estabilidade, principalmente na área de Piedade e boa parte de Candeias, que seguem no parâmetro esperado. Já outro movimento está sendo percebido a partir da foz do Rio Jaboatão à Candelária, onde não será preciso nova engorda nem ação de contenção, mas sim uma retenção para diminuir a ação da maré nas margens e impedir que o mar continue avançando”, esclareceu o secretário da pasta, Isaac Azoubel. “Vamos continuar coletando informações para concluir o projeto”, explicou.

A engorda teve investimento de R$ 41,5 milhões repassados pelo Ministério da Integração Nacional. Antes do alargamento, 78 edifícios tiveram suas áreas invadidas pelo mar, de acordo com a prefeitura.

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