Trabalhadores realizam ato unificado e passeata contra a Reforma da Previdência
Manifestantes sairam em caminhada até a Praça do Diário, no centro da cidade

Às 10h20, os manifestantes interditaram a Avenida Agamenon Magalhães sentido Boa Viagem. A Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU) enviou uma equipe ao local e orienta os motoristas a seguirem pelo Bairro do Recife como rota alternativa. Por volta das 11h10, a caminhada interditou a Avenida Conde da Boa Vista nos dois sentidos. Às 12h25, os manifestantes começaram a atravessar a Ponte Duarte Coelho. Apenas a faixa no sentido Avenida Guararapes foi interditada.
Com faixas, cartazes, camisas e até um caixão, eles fazem um alerta: "Não é reforma, é o fim da sua aposentadoria". Organizado inicialmente pelos policiais civis de Pernambuco, o protesto foi ampliado e envolve mais de 20 categorias. Participam da manifestação, além do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE), a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB), Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE), Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Associação dos Peritos Papiloscópicos Policiais Civis de Pernambuco (ASPPAPE), Sindicato dos Policiais Federais de Pernambuco (SINPEF), Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais (SINPRF), Sindicato dos Guardas Municipais do Recife e Ipojuca (SINDGUARDAS), Sindicato dos Professores do Recife (SIMPERE), Sindicato dos Professores de Paulista (SINPROP), Sindicato dos Agentes de Endemias, entre outras categorias. Além das entidades já citadas, ainda integram o ato a Intersindical, Força Sindical e Pública e a Frente Povo Sem Medo.
Em Pernambuco, ainda estão programados atos simultâneos nas cidades de Petrolina, Caruaru, Arcoverde, Garanhuns, Araripina e Salgueiro. "O Recife e outras seis cidades pernambucanas vão parar. Nossos congressistas, assim como o atual presidente, já demonstraram não ter compromisso algum com a classe trabalhadora. Por isso, só colocaremos fim a essa agenda de retirada de direitos indo às ruas, dialogando com a sociedade, rumo à greve geral”, convoca o coordenador do ato e presidente do Sinpol e da Intersindical, Áureo Cisneiros.
De acordo com a Associação dos Delegados de Polícia Federal em Pernambuco (ADPF -PE), a intenção é defender a manutenção da chamada aposentadoria especial. O projeto do governo retira da Constituição a expressão “atividade de risco” e impõe ao policial que se aposente com no mínimo 65 anos, sendo que a expectativa média de vida deste profissional varia entre 56 e 59 anos.
“Na prática, essa proposta da reforma da previdência acaba com a nossa aposentadoria”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral. "Nossa atividade é desgastante e arriscada. Por ano, cerca de 500 policiais morrem em razão de suas funções no país. É claro que nós gostaríamos que essa expectativa de vida da categoria fosse muito maior, e que nós não precisássemos da aposentadoria diferenciada, mas infelizmente essa não é a realidade do Brasil. Esperamos que o governo nos dê um retorno positivo e mantenha a atividade de risco policial ao texto constitucional. Caso contrário não está descartada uma paralisação de todos os segmentos da segurança pública, principalmente por parte de agentes penitenciários”. No último dia 15 de março, entidades que representam a União dos Policiais do Brasil (UPB) já tinham realizado manifestações em vários estados do país contra a reforma da previdência.