Vida Urbana

Quarto acusado de matar promotor Thiago Faria vai a júri popular segunda-feira

José Maria Domingos Cavalcante é acusado de homicídio doloso do promotor e por tentativa de homicídio contra a noiva dele e o tia dela

Promotor Thiago Faria foi assassinado no dia 14 de outubro de 2013. Foto: Reprodução/ Facebook

O réu, acusado de homicídio doloso do promotor e por tentativa de homicídio contra a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins e o tio dela, Adautivo Elias Martins. José Maria deveria ter sido julgado no júri popular realizado em outubro ao lado dos outros três acusados mas por conta da ausência do seu advogado no primeiro dia da sessão, o julgamento foi desmembrado pelo Juízo da 36ª Vara Federal.

Em outubro, duas pessoas foram condenadas. O julgamento começou no dia 24 e terminou na madrugada do dia 28, quando a juíza federal Amanda Torres leu a sentença, na sede da Justiça Federal, no Jiquiá. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mentor do crime, foi condenado a 50 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de homicídio contra o promotor e tentativa de homicídio contra Mysheva e Adautivo. Como já cumpriu dois anos, terá a pena reduzida para 49 anos e 4 meses. José Marisvaldo Vitor da Silva foi condenado a 40 anos e oito meses de reclusão pelos mesmos crimes. Como já cumpriu um ano e onze meses, restam 38 anos e 11 meses. Adeíldo Ferreira dos Santos foi absolvido no mesmo julgamento. Ele recebeu o alvará de soltura expedido pela juíza. Os jurados não consideraram as provas contra ele consistentes para condenà-lo. Continua foragido Antônio Cavalcante Filho.

A mãe de Thiago, Maria do Carmo Faria, e o filho dela, Daniel, acompanharam o longo julgamento desde o primeiro dia. O crime aconteceu em 14 de outubro de 2013. A investigação foi federalizada a pedido dos promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que estavam no caso e não concordaram com o andamento das investigações da Polícia Civil Pernambucana.

Para convencer os jurados, os procuradores federais usaram provas como a perícia em 3D feita pela Polícia Federal, que confirma a versão da noiva do promotor, Mysheva, que estava no carro no momento do assassinato, na estrada que liga Águas Belas a Itaíba. "Onde existe pistolagem, como no interior de Pernambuco e da Paraíba, e participei lá do julgamento do advogado Manoel Mattos, não temos provas diretas porque ninguém aparece para testemunhar", ressaltou o procurador Fabrício Carrer.

Segundo denúncia do MPF, os desentendimentos entre o casal e Rosendo começaram após Mysheva adquirir em leilão 32 hectares da Fazenda Nova, em Águas Belas, onde estava incluída a casa onde vivia Rosendo com a família. Ele passou a morar no imóvel após ser chamado pelo cunhado e também inventariante no processo de divisão dos 1,8 mil hectares da terra,, Carlos Ubirajara. Um dos lucros de Rosendo vinha das fontes de água. Por dia, vendia cerca de oito carros-pipa por R$ 200, cada.

Para o MPPE, não há dúvidas de que os ânimos entre a vítima e os assassinos foram acirrados em razão do "comportamento indevido" de Thiago, que usou da influência do cargo para interceder em favor da noiva na justiça. O promotor foi removido compulsoriamente de Itaíba para Jupi após se considerar suspeito para julgar 14 processos envolvendo parentes de Mysheva.

Simulação realizada em 23 de dezembro de 2013 apontou que as três vítimas foram perseguidas por um carro. O homem que estava no banco de trás do veículo atirou com uma espingarda calibre 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu em um barranco. O tio dela também saiu do carro e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás voltou a atirar contra o promotor.

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