Vida Urbana

Preso confessa estupro de universitária, mas nega envolvimento em outros crimes

Delegada disse que polícia continua investigação para saber se ele praticou outros estupros

Apesar de negar envolvimento em outros casos de estupro na Zona Norte, polícia vai investigar se Welligton participou dos crimes. Foto: Júlio Jacobina/DP

Em depoimento na manhã desta quinta-feira na sede do Departamento de Polícia da Mulher/ DPMUL o flanelinha Wellington da Silva Ferreira, 30 anos, confessou ter estuprado uma estudante de medicina de 29 anos. A vítima foi abordada no dia 16 de agosto, no bairro de Parnamirim. Dizendo-se arrependido, Wellington negou ter envolvimento em outros casos de estupro registrados recentemente na Zona Norte do Recife.

"Ele tem todo direito de negar, mas isso não exclui a investigação. Fizemos questionamentos, mas ele nega. Em relação ao primeiro crime, já tínhamos o reconhecimento da vítima, mas vamos confrontar com o exame de DNA. Ele confessa o crime e vai arcar com as consequências desse ato. Segundo ele, a intenção era praticar um assalto para comprar droga, uma vez que usuário de crack", afirmou, após ouvir o depoimento, a delegada da Mulher Ana Elisa Sobreira.

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Antes de entrar no prédio, o suspeito falou rapidamente com a imprensa e contou como o crime aconteceu: "Fui assaltar, tava drogado. Tô arrependido. Saí durante a manhã pra assaltar porque estava sem dinheiro. Foi por acaso. Ela estava no lugar errado, na hora errada. Abordei, pedi para que ela dirigisse o carro até certo ponto na Antônio Falcão porque eu não sei dirigir. No meio do caminho, como estava drogado, perdi a noção e acabei forçando ela a fazer isso", relatou.

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Ele disse que foi ameaçado de morte e, por isso, não se entregou à polícia. "Fui preso antes por tentativa de homicídio, me defendendo porque me assaltaram. Não me entreguei antes porque estava sendo ameaçado de morte. Peço perdão a toda a sociedade porque eu nunca fiz isso". O preso também pediu perdão à vítima: "Peço perdão a ela porque eu não sei o que fiz. Na mesma hora eu me arrependi porque isso não é coisa que se faça", admitiu.

Wellington foi preso na casa de parentes em Limoeiro, Agreste de Pernambuco, a 77 km do Recife, numa ação conjunta das equipes de investigação policial da Delegacia de Limoeiro, da 1ª Delegacia da Mulher de Santo Amaro e do . O preso foi trazido ao Recife pela equipe da Coordenação de Operações de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil para a sede do DPMUL, no Bairro do Recife, onde vai prestar depoimento, antes de seguir para o Centro de Observação Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Ainda em Limoeiro, o suspeito falou sobre o crime: "Infelizmente, essa pessoa botou a seta que ia parar e eu abordei. Mas só que minha intenção não era de estuprar ela, era de assaltar ela (sic)" .

À tarde, os detalhes sobre a prisão serão divulgados durante entrevista com os delegados Inalva Regina, Ana Elisa Sobreira e Jean Rockfeller, também na sede do Departamento de Polícia da Mulher. Apesar da recompensa oferecida de R$ 10 mil, de acordo com a polícia a prisão resultou de investigações do Departamento de Polícia da Mulher e da Delegacia de Limoeiro, e não de informações repassadas ao Disque Denúncia.

A universitária de 29 anos foi abordada por volta das 18h do dia 16 de agosto na Rua André Cavalcante, Parnamirim, quando chegava à casa dos pais. Ao entrar no carro, foi rendida pelo bandido com uma faca e levada à BR-101, em Jaboatão, onde ocorreu o abuso sexual. Além de violentar a mulher, o criminoso também tirou fotos dela nua. O crime no Parnamirim foi cometido pouco menos de um mês depois do suspeito ter sido libertado após cumprir pena por tentativa de homicídio no Complexo Prisional do Curado.

A polícia investiga ainda se Wellington teria estuprado uma empresária de 32 anos que foi vítima de uma investida com características parecidas com o abuso sexual contra a universitária. Na última quinta-feira, ela foi rendida, desta vez com um revólver calibre 38, quando saía de uma lavanderia na Rua Amélia, no bairro das Graças, por volta das 12h. O criminoso também a obrigou a seguir em seu carro até a BR-101 e a violentou. Ambos os estupros geraram intensa repercussão nas redes sociais, levando a polícia a ressaltar que não há motivo para pânico.

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