A passagem por Pernambuco fez parte da agenda de dois dias da comitiva internacional ao Brasil. Estiveram no Imip, além de Margaret Chan, o diretor-executivo de epidemias da OMS, Bruce Aylward, e a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne. Além do ministro da Saúde, Marcelo Castro. A comitiva visitou as instalações do ambulatório de atendimento aos pacientes com microcefalia e também o centro de reabilitação física e motora da unidade, onde chegaram a trocar palavras com algumas mães e ouvir pedidos. A visita durou cerca de duas horas e mobilizou também a atenção de pacientes e acompanhantes.
“Os médicos estão fazendo um excelente trabalho na pesquisa para descobrir a causa e a relação entre o zika e a microcefalia. Além disso, estão desenvolvendo protocolos sobre como cuidar dos bebês. A OMS vai disseminar esse excelente trabalho para que o resto do mundo se beneficie”, afirmou Margaret Chan, que chegou a citar nominalmente alguns médicos pernambucanos.
A diretora-geral afirmou ainda que não tem medo do mosquito e que o zika ainda é um mistério e que a epidemia vai piorar antes de melhorar. Também ressaltou a competência e o comprometimento das equipes brasileiras desde outubro, quando foram reportados os primeiros casos. À tarde, no Rio de Janeiro, afirmou que o zika é culpado pela epidemia até que se prove o contrário.
Durante a visita a Pernambuco, ela acompanhou apresentações sobre a situação epidemiológica do estado e do Recife, além de ouvir estratégias implementadas para combater o mosquito. Em comum, os gestores locais ressaltaram a necessidade de prover mais recursos, inclusive para investir em novas tecnologias. O Recife quer lançar mão, por exemplo, de vigilância digital e drones. Pernambuco estuda o uso de pelo menos cinco tipos diferentes de tecnologias.
“Temos dificuldade de reproduzir esse uso em larga escala. Nossa expectativa é de que a visita influencie em soluções inovadoras”, disse o secretário estadual de Saúde, Iran Costa. “Nossa intenção é diminuir os casos de microcefalia nos próximos meses”, acrescentou Jailson Correia, secretário de Saúde do Recife.
Em coletiva realizada na tarde de ontem, no Rio, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que uma vacina de zika deverá entrar em fase de testes dentro de um ano. Ele falou que a vacina será viabilizada ao público em três anos. Já a da dengue deve comerçar a ser usada em dois anos. Conhecido pelas frases de repercussão, o ministro disse que “o mosquito não é de direita nem de esquerda.”
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