Vida Urbana

PF desarticula quadrilha especializada em tráfico de pedras preciosas e minério

No Recife, uma corretora foi abordada por membro suspeito de tráfico de seres humanos para exploração sexual

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal e exportação massiva de minérios e pedras preciosas teve ramificações no estado. De acordo com a PF, a movimentação do grupo, ao longo da investigação, foi estimada em R$ 500 milhões. Para coibir a quadrilha, cerca de 200 policiais federais de várias estados deram cumprimento simultâneo a 58 medidas judiciais, sendo 10 mandados de prisão temporária, 19 de busca e apreensão e 29 conduções coercitivas nos estados de Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Tocantins e Pernambuco.

Batizada de Operação Soldner - referência a mercenários -, a investigação desvendou a forma de atuação da quadrilha, que era segmentada. Uma parcela atuava na comercialização ilegal de pedras preciosas, composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias. Outro subgrupo, composto por autônomos e pequenos empresários, comercializava, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos.

A Polícia Federal suspeitou que a movimentação com moedas e títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo criminoso e identificou que o minério e as pedras preciosas seguiam uma rota que passava por Portugal, Bélgica e Israel, tendo como destino final Dubai.

Todos os investigados responderão por crimes que vão desde a usurpação de matéria-prima da União até crime de formação de organização criminosa e correlatos.  

Ramificação no Recife

Na capital, foi cumprido apenas um mandado de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a comparecer para prestar esclarecimentos, com uma corretora de seguros, de 21 anos, moradora do Paulista.

Segundo a PF, ela seria uma das possíveis vítimas de um dos integrantes da quadrilha envolvido também com tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e não tem qualquer tipo de envolvimento ou participação com o esquema criminoso. Durante o depoimento, ela informou que conheceu o criminoso através de uma ida para a igreja. Ele teria se apresentado como missionário de ala pelo período de um mês, onde ele oferecia serviços de transporte dos membros da igreja e também almoço.

Na ouvida, a corretora disse ainda que numa dessas conversas que teve com o suspeito, ele teria mostrado uma caixa de madeira com várias pedras preciosas, inclusive esmeraldas, e que possuía um garimpo em Goiânia. Por fim, informou que ele havia oferecido uma viagem para conhecer uma igreja em Goiânia, mas ela recusou porque a mãe não permitiu. A PF acredita que tal suspeito estaria começando a lhe mostrar sua condição financeira como forma de poder e sedução para depois, convencê-la a ir para Dubai afim de que fosse explorada sexualmente.

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