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Zona Azul do Recife será privatizada
Proposta da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano é ampliar de 2,4 mil para 14 mil as vagas de estacionamento

O secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, afirmou que vai usar a Zona Azul “como elemento de planejamento da cidade”. Segundo ele, a prefeitura vai aumentar a receita privatizando o serviço. “Hoje, gastamos o que recebemos da venda dos talões com a fiscalização e manutenção. Com a concessão, vamos aumentar o faturamento público”, afirmou. “Em 10 anos, vamos ampliar a Zona Azul para cerca de 14 ou 15 mil vagas”, completou. A localização das novas vagas não foi informada. Uma possível mudança de preço da folha e talão do serviço pós-privatização não foi confirmada pelo secretário.
A transferência da gestão para a iniciativa privada foi elogiada por especialistas em mobilidade, mas o aumento de vagas recebeu críticas. Já os usuários da Zona Azul veem a privatização com desconfiança. “Privatizar pode ser bom se isso significar maior fiscalização e controle das áreas. Hoje, os flanelinhas coagem os motoristas, dizendo que não precisa colocar o folheto de Zona Azul porque eles estão ali ou cobrando valores abusivos. Espero que isso acabe”, opinou o autônomo Thiago Santos, 28. Ele usa o serviço semanalmente no Bairro do Recife.
O arquiteto e urbanista Geraldo Marinho, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ressaltou que, mundialmente, a discussão é por redução de vagas para veículos particulares nas ruas. “Concordo com a privatização, mas o número de vagas tinha que diminuir. Dentro dessa discussão, os edifícios-garagem, mesmo polêmicos, são mais aceitáveis, já que tiram os carros das ruas”, pontuou. Já o professor do departamento de engenharia da UFPE, Oswaldo Lima Neto, defende um valor mais alto na Zona Azul. “É preciso cuidado para que essa medida não vá de encontro a tudo que se prega em mobilidade”.