Vida Urbana

CBTU pede para que polícia atue diariamente nas estações do metrô

Um dia após dois suspeitos de assalto serem mortos por um policial dentro de um vagão do metrô do Recife, passageiros tentaram retomar a rotina em meio à sensação de medo. Para melhorar a segurança no sistema, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) está negociando com o governo federal o aporte de recursos com o objetivo de viabilizar a contratação de novos seguranças patrimoniais.

Segundo a CBTU, também está em estudo a realização de um convênio com o governo do estado, com o apoio do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, que deve viabilizar a atuação da Polícia Militar nas estações.

Atualmente, a PM só atua em grandes eventos e a CBTU dispõe de 400 seguranças para 28 estações e 380 mil passageiros diários.

Ontem, passageiros demonstraram temor de novos episódios de violência e relembraram momentos de terror da segunda-feira. O ajudante de mecânico Raul Vinícius Dantas, 19, estava no trem onde aconteceram as duas mortes. “Pego o metrô às 6h30 para vir ao trabalho e, na segunda-feira, tinha ido resolver um problema no banco na hora do almoço. Quando o metrô parou na Estação Largo da Paz, após os tiros, todo mundo saiu correndo. Hoje estou aqui de novo indo ao banco, mas estou com medo”, declarou Raul.

A laboratorista Juliana Mesquita, 33, evita usar o celular nas estações e enquanto viaja nos vagões. “Também não fico em lugares isolados e sempre estou de olho no movimento, porque tenho muito medo”, afirmou. Já o torneiro mecânico Manoel Luiz de Andrade Júnior, 51 anos, diz que não tem medo de andar no metrô. “A violência do Recife está em todo lugar, nos ônibus, no metrô e a pé”, argumenta.

Os recursos do Metrorec poderiam ser maiores. Segundo a companhia, o Grande Recife Consórcio de Transportes não repassa valores referentes às integrações desde 2012. A dívida seria de R$ 32 milhões.

O Grande Recife disse que reconhece parte da dívida referente ao transporte do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Segundo o órgão, existe uma ação judicial que contesta os valores repassados ao Consórcio pela Urbana-PE, que representa as empresas de ônibus. “Quando esse repasse é feito, o Consórcio retém os valores de causas trabalhistas da CBTU demandadas pelo Poder Judiciário, repassando para a companhia apenas o restante, conforme acordo celebrado com aquela empresa estatal”. Já a Urbana-PE informou que não tem nenhuma dívida com o Consórcio.

Audiência

O Sindicato dos Metroviários participou, ontem, de uma audiência em Brasília para pedir solução para os problemas de segurança do Metrorec. De acordo com o diretor de Comunicação da instituição, Levi Arruda, a formação de frentes parlamentares na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados está sendo costurada. “A ideia é aprofundar as discussões e mobilizar os legislativos para melhorar o sistema”, comentou.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...