Vida Urbana

Choque elétrico: o perigo está logo ali, na calçada

Levantamento indica que Pernambuco tem segundo maior volume de mortes no país, por choques elétrico em áreas públicas externas

Um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) agrega novos números à triste estatística das mortes por choque Pernambuco tem a segunda maior quantidade de óbitos por eletrocução em áreas urbanas externas, ou seja, em poste ou fiação elétrica de ruas, avenidas, praças e outros espaços públicos. Foram 12 casos em 2014. Em termos proporcionais, ou seja, dividindo-se a população pelo número de casos, o estado é o terceiro pior.

Na primeira posição, em números absolutos, estão empatados São Paulo e o no Rio Grande do Sul, com 13 casos cada, mas ambos os estados são mais populosos que Pernambuco.

A pesquisa mostra que 112 pessoas morreram em 2014 no país em condições semelhantes à morte de Anderson. Cerca de 10% ocorreram no estado. O dado coloca Pernambuco em segundo lugar no ranking nacional, junto com a Bahia (que tem 15 milhões de habitantes).

Dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também referentes ao ano passado, revelam que a Celpe informou 16 mortes, sem especificar o local, ao órgão federal. Os acidentes vitimaram dois funcionários - um próprio e um terceirizado - da concessionária de energia. Outras 14 pessoas sem vínculo empregatício com a Celpe também morreram em 2014. Levando em consideração os dados da Aneel, Pernambuco fica em sexto lugar no país entre os estados com mais mortes relatadas pelas empresas de energia.

O engenheiro eletricista e diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho, pontuou que a segurança da rede elétrica diminui sempre que alguém faz uma ligação clandestina na fiação. “As gambiarras são o principal problema para a segurança da rede em áreas urbanas. Com o período de chuvas e alagamentos, a situação piora”, afirmou.

Já o professor do departamento de engenharia elétrica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Augusto Cavalcanti defende que a falta de manutenção da fiação é o problema mais grave. “Mesmo que os fios fossem embutidos, se não houvesse manutenção, alguém poderia morrer ao pisar numa área energizada. Fiscalizar e tomar cuidados contínuos são as soluções”, argumentou.

A Celpe respondeu que a maioria dos acidentes com fiação elétrica acontece por intervenções externas, ou seja, ligações clandestinas. “Temos um trabalho permanente de conscientização, em escolas e com campanhas publicitárias, para levar informação à população”, disse o superintendente de Operações da Celpe, Saulo Cabral. Ao encontrar um fio solto, a orientação da companhia é se afastar da fiação, isolar a área e entrar em contato com a empresa pelo 0800 081 0196.

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