Vida Urbana

Sargento acusado de espancar e matar adolescentes disse que não sabia que eles não sabiam nadar

Previsão é que julgamento termine na sexta

Após um rápido intervalo, o julgamento dos cinco policiais militares acusados de matar e espancar adolescentes durante o carnaval de 2006 foi retomado por volta das 15h30, no Fórum Rodolfo Aureliano. As vítimas sobreviventes já foram ouvidas e o primeiro acusado começou a prestar depoimento, o sargento Aldenes Carneiro da Silva. O juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti coordena a sessão.

Os policiais disseram que apenas o tenente Sebastião Antônio Félix estava armado. Ao ser ouvido, o sargento disse que estava em uma viatura da PM. "Me assustei e pensei em baixar o braço dele, mas ao ver a posição que ele segurava a arma, vi que ele não estava em posição de tiro, só ia intimidar", observou o réu. Ainda segundo o acusado, nenhum dos adolescentes disse que não sabia nadar. "Se eles tivessem dito, eu teria mandado eles embora. O tenente ficou dizendo para eles que eles estavam errados e disse para não voltarem mais ao Marco Zero", detalhou.

[SAIBAMAIS]Durante as falas, todas as vítimas disseram que estavam juntas quando foram abordadas pelos militares armados, foram espancadas e obrigadas a entrar no Rio Capibaribe, debaixo da Ponte Joaquim Cardoso, e nadar até o outro lado da margem. Eles negaram estar realizando arrastões, principal argumento de defesa dos PMs.

Os cinco policiais acusados do crime são: o sargento Aldenes Carneiro da Silva, o tenente Sebastião Antônio Félix e os soldados José Marcondi Evangelista, Ulisses Francisco da Silva e Irandi Antônio da Silva.

Relembre o caso

Um grupo de 17 adolescentes foi abordado por duas viaturas da Polícia Militar, sendo uma do Batalhão de Radiopatrulha e outra do 16º BPM, nas imediações do Cais de Santa Rita. Os rapazes seguiam para o Marco Zero, onde iriam brincar carnaval. Na época, eles contaram que foram colocados dentro das viaturas, circularam por várias ruas da cidade e depois foram levados para as imediações do Fórum do Recife, em Joana Bezerra. Lá, os adolescentes disseram ter sido espancados de cassetetes, foram agredidos com tapas e depois obrigados a entrar na maré. Como não sabiam nadar, Diogo e Zinael morreram afogados. Os outros garotos conseguiram sobreviver. Familiares das vítimas afirmaram que os meninos foram confundidos com um grupo que estava realizando furtos no Bairro do Recife.

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