Vida Urbana

Acusados de matar promotor vão a júri popular

Quatro homens sentarão no banco dos réus acusados de envolvimento na morte de Thiago Faria, em outubro de 2013.

Após quase dois anos do assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria e depois da prisão de quatro suspeitos detidos por envolvimento no caso, o Juízo da 36ª Vara Federal decidiu, na última sexta-feira (17), que o caso vai para júri popular. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mandante do crime, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva sentarão no banco dos réus, mas ainda não há data definida para o julgamento. Apenas um acusado de homicídio ainda não foi preso, Antônio Cavalcante Filho.

Os quatro serão julgados por homicídio doloso e pela tentativa de homicídio contra Misheva Freire Ferrão Martins, noiva da vítima, e Adauto Martins, tio da mulher, que estava com o casal quando houve o assassinato.

 

Nesta segunda-feira (20),começou o prazo para oferecimento de recurso, podendo a acusação e/ou a defesa recorrer da decisão junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

Relembre o caso

O promotor Thiago Faria Soares foi assassinado, no dia 14 de outubro de 2013, durante uma emboscada. Ele estava acompanhado da noiva e do tio dela em seu carro quando, ao passar pela PE-300, entre os municípios de Águas Belas e Itaíba, foi perseguido pelos suspeitos. O homem que estava no banco de trás do veículo que o seguia atirou com uma espingarda calibre 12. O tiro atingiu o promotor. Mysheva saiu do carro e se protegeu em um barranco. O tio dela também desceu do veículo e fugiu pelo acostamento.

Os atiradores voltaram e atiraram outras três vezes no promotor antes de deixar o local. Mysheva e o tio escaparam ilesos. Durante as investigações, foi constatado que o fazendeiro José Maria Pedro seria o mandante do crime e a disputa por terras seria a motivação.

Histórico jurídico

A pedido do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o caso foi federalizado em 13 de agosto de 2014. Por determinação do Superior Tribunal de Justiça , a investigação da morte do promotor Thiago Faria Soares passou a ser de responsabilidade da Polícia Federal, sendo o inquérito distribuído à 36ª Vara Federal de Pernambuco. Em 15 de janeiro deste ano, o Juízo da 36ª Vara Federal em Pernambuco recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal relacionada ao assassinato do promotor de justiça e o inquérito policial virou ação penal. De 24 a 27 de março deste ano, a audiência de instrução foi realizada na 36ª Vara, tendo sido ouvidas 34 testemunhas – sendo 16 arroladas pela acusação e 18 pela defesa – e as duas vítimas (a advogada Mysheva Martins Ferrão e o tia dela, Adautivo Elias Martins). No mesmo  período, também foi realizado o interrogatório dos quatro réus.

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