Um projeto de lei, baseado nas pesquisas acadêmicas do hidrogeólogo Lezíro Marques, pretendia criar o serviço de cremação no Cemitério de Santo Amaro, mas foi vetado pela Comissão de Legislação e Justiça da Câmara de Vereadores do Recife nesta semana. O parecer da reunião indicou inconstitucionalidade do projeto, uma vez que a construção estaria no âmbito do poder executivo da cidade, ou seja, apenas o prefeito poderia criá-lo.
O forno crematório combateria a contaminação do lençol freático e aliviaria os custos do município com a manutenção de covas. Com a cremação, haveria maior possibilidade de descontaminação do lençol freático já que a demanda de sepultamentos cairia.
“Já estamos diminuindo o número de covas no chão. Os primeiros quarteirões já não recebem mais corpos, por exemplo. Se houvesse o crematório, iríamos utilizar apenas as gavetas rotativas, acabando com o problema” explicou o gerente de Necrópolis da Empresa, Petrus Pessoa.
A economia estimada pelo propositor do projeto, o vereador Alfredo Santana (PRB), era de 78% para cada cadáver. “Enlgobando aparato pessoal, manutenção da cova durante os dois anos e um dia, a exumação e processo de enterro dos ossos, é gasto cerca de R$ 1,4 mil. Com o crematório, seriam gastos apenas R$ 300”, avaliou.
Vagas
As covas abertas são sempre de corpos enterrados há dois anos e um dia. Ao serem exumados, os ossos são entregues à família que os requerem ou são enterrados novamente, dessa vez, embaixo da antiga cova. “No local, será sepultada outra pessoa. Se o corpo não tiver sido completamente decomposto esperamos mais dois anos e um dia”, explicou o adminstrador do cemitério de Santo Amaro, Rogério Ferro.
Recife conta atualmente com cinco cemitérios públicos, todos administrados pela Emlurb, através de sua divisão de Necrópoles. O município tem, com os cemitérios de Casa Amarela, Tejipió, Várzea, Parque das Flores e Santo Amaro, uma despesa fixa de cerca de R$ 2,5 milhões anuais.
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