Vida Urbana

Emoção marcou sepultamento do músico Jessé de Paula

Parentes e amigos se despediram do artista que morreu após ser atingido por retrovisor de um trem

Corpo foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro. Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Muitos artistas estiveram no velório de Jésse. Entre eles, a cantora Cristina Amaral, o músico Jau Melo e o maestro Israel França, que conheceu Jésse em uma das apresentações que o violinista fazia no ônibus da linha Casa Caiada. “Eu já tinha ouvido falar no trabalho dele. Estava sentado no ônibus quando ele subiu e começou a tocar. Quando ele olhou para mim, me reconheceu e deu um sorriso. Depois desse dia, ficamos amigos”, contou o maestro, que passou um tempo tocando na Espanha.

Maestro Israel França tocou na despedida do amigo que conheceu durante uma viagem de ônibus. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

História

A história de Jessé de Paula já foi contada pelo Diario duas vezes: em 2009, no caderno Vida Urbana, e em 2012, na revista Aurora. O violinista Jessé de Paula, tinha como palco os ônibus da Região Metropolitanado Recife (RMR) e como sonhos, gravar um disco e ter um violino elétrico. A remuneração do artista vinha do dinheiro arrecadado entre os usuários do transporte coletivo.

O violinista chegava a subir em 10 ônibus, diariamente. Fazia isso cinco ou seis vezes, por semana, tenando escolher os horários de pico e tocar para mais gente. "Todo artista tem que ir aonde o povo está", disse Jessé, em entrevista ao Diario, repetindo o verso da música de Milton Nascimento.

Tocava de frevo a sinfonias. Entre as conhecidas de Capiba, Bach e Beethoven, também executava suas composições, músicas de melodias e ritmos regionais, como o xaxado e o baião, além de atender pedidos do público. Não pedia ingresso. “Quem quiser contribuir, dá o que quiser. A maioria respeita. E isso já é maravilhoso”, disse.

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