Saude

Herpes-zóster tem aumento de 35%

Quem assiste à novela “Travessia”, da rede Globo, já deve ter notado que o personagem Monteiro, interpretado pelo ator Ailton Graça, sofre de herpes zóster. A doença, popularmente conhecida como cobreiro, registrou um aumento de 35% nos casos e continua preocupando as autoridades de saúde. A doença é causada pelo mesmo vírus que provoca a catapora, o varicella-zóster, quando este não é completamente eliminado do corpo e fica alojado em algum nervo. Segundo dados dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, uma a cada três pessoas desenvolverá herpes zoster em algum momento da vida.
 
O aumento de casos foi apontado pelo estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Os casos foram registrados durante os dois anos da pandemia do novo coronavírus e continuam em alta. Quando somos expostos a situações que baixam nossa imunidade, como estresse ou contrair covid-19, por exemplo, o vírus pode ser reativado, causando o herpes zóster. A doença é mais comum na faixa etária acima dos 50 anos, mas pode atingir pessoas de qualquer idade.
 
O herpes zóster é caracterizado pelas lesões (normalmente bolhas) na pele e pode variar de acordo com a área afetada, sendo tratado com medicamentos antivirais. Quando o vírus atinge o nervo facial ou o nervo vestíbulo-coclear, é chamado de herpes zoster ótico, também conhecido com Síndrome de Ramsay Hunt, condição que atingiu recentemente o cantor Justin Bieber.
 
A otorrinolaringologista Kátia Virgínia, do HOPE, hospital que integra a rede Vision One, alerta que geralmente é a dor de ouvido o primeiro indício da doença. “Geralmente é o sintoma inicial, e em alguns casos o paciente procura uma emergência e os exames não detectam nada. Só horas depois ou no dia seguinte aparecem outros sintomas como a paralisia facial, dor no ouvido, diminuição da audição, tonturas e formação de bolhas na região da orelha no lado atingido”, explica a especialista do HOPE.
 
Quando o herpes zóster acomete o nervo oftálmico, se manifesta na sua forma oftálmica, atingindo a visão. O oftalmologista Pedro Soriano, também do HOPE, adverte que a condição pode causar até mesmo cegueira. “O acometimento do nervo oftálmico atinge cerca de 25 % dos pacientes e pode ocasionar perda da qualidade visual, porque danifica diversas estruturas do globo ocular, como a córnea e a retina. Os principais sintomas, além das erupções na pele e dor em geral são embaçamento visual, hiperemia (olho vermelho) e lesões nas pálpebras”, afirma o oftalmologista Pedro Soriano.
 
A melhor forma de prevenir o herpes zóster é a vacinação. A responsável técnica pelo HOPE Vacinas, Analíria Pimentel, conta que já existem dois imunizantes eficazes contra o vírus. “A melhor delas é a herpes zóster recombinante ou Shingrix, indicada para pessoas acima de 50 anos ou acima dos 18 com risco elevado de contrair a doença. A Shingrix, ao contrário do outro imunizante, o Zostavax, não tem indicação para pessoas imunossuprimidas”, orienta a infectologista do HOPE.

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