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Sopão solidário é exemplo de cuidado pelo próximo
Por: Marília Simas
Publicado em: 20/11/2015 16:32 Atualizado em: 28/09/2016 17:47
Todos os dias há a possibilidade de se fazer o bem. Não é necessário grandes mudanças ou muito esforço, o ingrediente principal para fazer a diferença é ter antes de tudo força de vontade. Basta olhar ao redor e ver que a todo momento tem gente realizando ações e práticas de solidariedade, que pode ser desde um pequeno gesto de gentileza até uma grande mobilização social.
O mestre de obras José Everaldo da Silva, 46, e a filha Elaine da Silva, 28, que moram no bairro de Fundão, na Zona Norte do Recife, são pessoas que têm ajudado muita gente. Todas as segundas-feiras, no final da tarde, eles se juntam a um grupo de voluntários e saem para distribuir sopa em sete comunidades da cidade. A iniciativa surgiu quando Elaine e uma amiga sentiram a necessidade de realizar alguma ação para ajudar o próximo. "Pensamos em fazer uma sopa, mas ficamos receosas, porque dá muito trabalho e naquela época a gente ainda estudava. Aí a mãe da minha amiga disse que se a gente quisesse fazer realmente a sopa, ela ajudava cortando as verduras, e de repente as coisas começaram a dar certo. A ideia era fazer essa ação uma vez por mês, mas acabou sendo todas as segundas", explicou.
Para colocar a ideia em prática, foi preciso arregaçar as mangas e dar início aos pedidos de doações. O trabalho porta a porta foi fundamental. Elaine e "seu" Everaldo começaram a recrutar alguns amigos que tinham o interesse em ajudar, e, de repente, se depararam com um grupo que a cada semana só faz crescer. Tanto, que o projeto que existe há dois anos precisou mudar de endereço, pois, no início, a sopa era feita dentro da casa de uma das voluntárias. Hoje, o sopão tem um espaço que pertence ao mestre de obras e possui cerca de 20 voluntários que se dividem entre a arrecadação de donativos, o preparo e a distribuição.
De acordo com José Everaldo, realizar esse trabalho é hoje uma prioridade em sua vida e mesmo tendo que se dividir entre a profissão e essas atividades, a ideia é continuar com o sopão por muitos anos. "Como a gente vive dentro dessas comunidades, vemos com muita frequência pessoas que precisam dessa ajuda. Todas as vezes que saímos para fazer as entregas nos emocionamos, porque a gente se depara com a realidade em comum de tanta gente. Nós conseguimos alimentar cerca de 1.200 pessoas todas as segundas e eles já esperam por a gente. Esse trabalho é muito gratificante, não há coisa melhor que poder ajudar o próximo", revelou.
O trabalho para colocar a sopa de Maria, como é conhecida, na rua começa muito antes do que muita gente pensa. Para estar pronta na segunda, o preparo começa a ser feito no domingo à tarde. Atualmente, são distribuídos cerca de 600 litros de sopa, 900 pães, 80 litros de suco e 10 litros de café. Todo o material da sopa são fruto de doações. Quem quiser participar da Sopa de Maria pode chegar a partir das 19h30, na Rua Major Davino, número 9, no bairro de Fundão.
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