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ELEIÇÕES VENEZUELANAS

Lula pede a Maduro 'ampla' presença de observadores internacionais nas eleições venezuelanas

Pedido ocorreu através de conversa telefônica entre os presidentes brasileiro e venezuelano
Por: AFP

Publicado em: 05/06/2024 22:54

Eleições venezuelanas que serão realizadas em 28 de julho (foto: Federico PARRA / AFP)
Eleições venezuelanas que serão realizadas em 28 de julho (foto: Federico PARRA / AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta quarta-feira (04), uma "ampla" presença de observadores internacionais nas eleições presidenciais de julho na Venezuela, durante uma conversa telefônica com o mandatário Nicolás Maduro, informou o Palácio do Planalto.

 

O pedido de Lula ocorre dias após a autoridade eleitoral venezuelana, alinhada ao governo, retirar seu convite à União Europeia (UE) para observar as eleições em que Maduro busca um terceiro mandato consecutivo que o projete a 18 anos no poder.

 

Lula reiterou ao colega venezuelano "o apoio brasileiro aos acordos de Barbados e ressaltou a importância de contar com ampla presença de observadores internacionais", segundo comunicado do Planalto.

 

O presidente também expressou que espera que as sanções internacionais que pesam sobre a Venezuela "possam ser levantadas" para contribuir com o avanço do processo eleitoral em "clima de confiança e entendimento".

 

Nas eleições que serão realizadas em 28 de julho, Maduro enfrenta, em princípio, o diplomata Edmundo González Urrutia, uma alternativa inesperada diante do bloqueio de candidaturas da oposição.

 

A UE havia sido convidada a observar as eleições, segundo um acordo entre representantes de Maduro e partidos da oposição em outubro do ano passado, em acordos firmados em uma mesa de negociação em Barbados.

 

Mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) desfez o convite depois que o bloco europeu ratificou sanções contra funcionários do governo de Maduro.

 

A líder opositora venezuelana María Corina Machado, favorita nas pesquisas mas impedida de exercer cargos públicos, reagiu acusando Maduro de ter "medo" da observação internacional.

 

A candidatura de González Urrutia às eleições ocorreu depois que o CNE excluiu uma candidata designada por Machado, uma decisão que Lula, visto como próximo ao governo Maduro, classificou em março como "grave".

 

Na ligação, Lula e Maduro também discutiram as relações bilaterais, em especial o interesse demonstrado por "muitos empresários brasileiros" em voltar a investir e fazer comércio com a Venezuela, e uma renegociação da dívida.

 

Da mesma forma, Lula expressou interesse em fortalecer a colaboração bilateral na proteção do povo indígena yanomami, que vive na fronteira comum entre os dois países.

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