O presidente francês, Emmanuel Macron, tachou, nesta quarta-feira (27), de "muito ruim" o acordo de livre comércio negociado entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e propôs fazer "um novo", no segundo dia de sua visita ao Brasil.
O acordo "tal como é negociado atualmente é um acordo muito ruim para vocês e para nós", disse Macron durante o Fórum Econômico Brasil-França, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"Não há nada no acordo que leve em consideração a questão da biodiversidade e do clima. Nada! Por isso digo que não é nada bom", enfatizou para uma plateia de empresários brasileiros.
O presidente francês pediu a construção de outro acordo entre a UE e o Mercosul, que envolva as questões ambientais.
"Negociamos com o Mercosul há 20 anos. Vamos fazer um novo acordo [...] que seja responsável do ponto de vista do desenvolvimento, do clima e da biodiversidade", insistiu.
"Um acordo com cláusulas-espelho que facilitem o acesso ao mercado europeu para suas empresas [...] e que seja mais exigente de ambas as partes com nossos agricultores, nossos industriais".
[SAIBAMAIS]
Macron tem se pronunciado várias vezes contra este acordo comercial, cujas regras ele não considera "homogêneas" com as europeias.
O projeto de pacto, cujas negociações começaram em 1999, prevê eliminar a maioria das tarifas entre as duas zonas criando um espaço comercial de mais de 700 milhões de consumidores.
Após um acordo político em 2019, a oposição de vários países, incluindo a França, bloqueou sua adoção definitiva, uma rejeição que se fortaleceu com a crise agrícola que atinge a Europa. Outros países como Alemanha e Espanha defendem sua adoção.
Em uma visita ao Brasil no início de março, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, mostrou-se otimista ao lado do presidente Lula em fechar o acordo.
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