A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (20/10), dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O caso teria ocorrido durante a gestão Bolsonaro, como informou o g1.
Por meio da Operação Última Milha, a PF cumpriu mandados nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal e as medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, as investigações apontam que o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira e que a rede de telefonia teria sido invadida várias vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos.
Além do uso indevido do sistema, a polícia investiga também a atuação de dois dois servidores específicos da Agência que teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar demissão.
Foram 25 mandados de busca e apreensão, destes 17 no Distrito Federal (Brasília), um em Goiânia (Alexânia), dois em São Paulo (São Paulo e São José dos Campos), dois no Paraná (Curitiba e Maringá), três em Santa Catarina (Florianópolis, São José e Palhoça). Houve ainda dois mandados de prisão preventiva no DF cinco de afastamento, também no DF.
Servidores monitoraram jornalistas, políticos e adversários
De acordo com O Globo, os servidores da Abin investigados na Operação teriam monitorado ilegalmente jornalistas, políticos e adversários do governo Bolsonaro.
A ferramenta usada por eles seria a "FirstMile", comprada sem licitação pelo governo Temer, e permite rastrear o paradeiro de uma pessoa a partir de dados do celular que são transferidos para torres de telecomunicações.
O uso dessa ferramenta foi revelado pelo portal ainda em março e desencadeou a abertura do processo de investigação para apurar o caso.
As informações são do Correio Braziliense.