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Para Mendonça, candidatura "debilitada" do PSB é chance de oposição ganhar o governo em PE

Publicado em: 26/05/2022 16:21 | Atualizado em: 26/05/2022 16:51

 (Foto: Reprodução/Youtube)
Foto: Reprodução/Youtube
De acordo com o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (UB), as eleições para governador em Pernambuco caminham para um cenário inédito. Segundo ele, é a primeira vez que o estado possui cinco pré-candidaturas com potencial para encarar um 2º turno, disse durante entrevista ao programa Manhã na Clube, da Rádio Clube AM, nesta quinta-feira. O correligionário do pré-candidato Miguel Coelho (União Brasil), também não descartou a possibilidade de uma formação de chapa entre os oposicionistas ainda no primeiro turno, o que pode pavimentar caminhos para uma aliança entre Miguel e a ex-prefeita Raquel Lyra (PSDB). Afastando-se das disputas majoritárias, Mendonça também confirmou seu nome na disputa por uma vaga na Câmara Federal. 

Apesar das convenções partidárias estarem agendadas para julho e agosto, quando serão oficializadas as candidaturas pelas legendas, Pernambuco já apresenta um cenário acirrado entre as pré-candidaturas apresentadas para a disputa pelo governo do estado. Protagonizam a disputa Miguel Coelho, Raquel Lyra, Marília Arraes (Solidariedade), Danilo Cabral e Anderson Ferreira (PL). Para Mendonça Filho, esse tem sido um cenário atípico já que, de acordo com ele, todos os cinco nomes têm musculatura suficiente para disputar um segundo turno. Tal conjuntura, ainda segundo a análise de Mendonça, trará impactos para o pré-candidato pela Frente Popular, Danilo Cabral (PSB), que busca manter a hegemonia do PSB no estado pernambucano. 

"Até bem pouco tempo atrás, você tinha uma unidade enorme no bloco do PSB, hoje ela está quebrada", comentou Mendonça se referindo ao lançamento da pré-candidatura da deputada federal Marília Arraes como um dos principais fatores para essa "quebra". A parlamentar, que após saída do PT e filiação ao Solidariedade, tem conquistado apoio de aliados da Frente Popular, como o deputado federal André de Paula, que preside o PSD no estado, e oficializou pré-candidatura ao Senado na chapa encabeçada pela ex-petista. O PROS também já declarou apoio à deputada, e para os próximos dias são esperadas alianças com o Avante, de Sebastião Oliveira, e o PP, de Eduardo da Fonte, legendas que já declararam apoio a André de Paula. 

"Ou seja, a candidatura de Danilo está debilitada fortemente por causa dessa fragmentação nas Forças de governo e no campo da oposição (...) o PSB, que governa o estado há 16 anos, quer ficar mais 4, 8 anos no mínimo, talvez mais 16, resultando em 32 anos, porque já ficam fazendo plano para (o prefeito do Recife) João Campos (PSB) assumir o governo", criticou. "Mas a gente enxerga que a candidatura de Danilo ela está enfrentando grandes dificuldades e o ambiente será cada vez pior aumentando as chances de a oposição fazer o próximo governador de Pernambuco", emendou. 

Composição

Em meio aos desdobramentos políticos em Pernambuco, especulações apontam uma possível unidade entre o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, o que resultaria em uma chapa com forte influência no Agreste e Sertão do estado. Questionado sobre o assunto, Mendonça Filho não negou a possibilidade de união entre nomes da oposição, mas diz não acreditar em uma "ampla negociação". 

"Negociações sempre existem, mas eu não creio numa ampla negociação do bloco de oposição para uma candidatura só. (...) Juntar um ou dois é algo mais provável, pelo menos possível, embora hoje e esteja claro que todas as candidaturas estarão sendo mantidas", frisou. "Eu mantenho o meu apoio à candidatura de Miguel. Evidentemente que se eu pudesse colaborar na busca por uma ampliação do palanque seria melhor e facilitaria para o grupo mais orgânico da oposição a ida para o segundo turno, mas é algo que eu não posso definir e que não está no nosso controle", asseverou. 

Andamentos

Integrante da Executiva Nacional do União Brasil, Mendonça Filho também comentou sobre as movimentações do ex-juíz Sérgio Moro. Antes filiado ao Podemos, Moro chegou a ser apresentado como pré-candidto à presidência pelo partido, pontuando na frente de candidaturas da terceira via, como os ex-governadores Ciro Gomes e João Doria. Com a ida para o União Brasil, acreditava-se na permanência da pré-candidatura, o que não ocorreu. Em meio às incertezas sobre tentar a presidência, uma vaga na Câmara Federal ou no Senado, o ex-juíz confirmou ontem a pré-candidatura de senador por São Paulo. Cenário que, na avaliação de Mendonça, deve permanecer. 

"Pelo que eu tenho interagido dentro do União Brasil, acredito sim que o caminho de Moro está traçado e que manterá sua candidatura ao Senado em São Paulo", destacou o ex-ministro da Educação. Com isso, Moro integrará chapa com o deputado federal por Pernambuco Luciano Bivar (UB), pré-candidato à presidência pelo União Brasil, nome que deve ser ofertado pelo partido na próxima semana, segundo informações do ex-ministro pernambucano. 

Buscando retornar à vida pública, Mendonça Filho também deve disputar as eleições deste ano. Diferente dos últimos pleitos em que enfrentou disputas majoritárias, o ex-ministro da Educação pretende angariar uma vaga na Câmara Federal. "Sei que é uma jornada menos dura do que as disputas majoritárias que eu enfrentei, (...) é uma eleição mais fácil, mas eu preciso de apoio", finalizou.

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