Diario de Pernambuco
Busca

#DiarioEntrevista

"A gente tem que 'despersonificar' a política", diz Túlio Gadêlha

Publicado em: 03/08/2020 15:10 | Atualizado em: 03/08/2020 15:16

Deputado Federal Túlio Gadêlha (Divulgação)
Deputado Federal Túlio Gadêlha (Divulgação)

Compondo o arco de alianças da Frente Popular em Pernambuco, grupo político liderado pelo PSB, o PDT foi o primeiro partido aliado a oficializar que teria candidatura própria no Recife. Conforme anunciado na última semana, a missão de guiar a legenda nestas eleições coube ao deputado federal Túlio Gadêlha, pedetista há 12 anos e categórico crítico com relação à gestão socialista na Capital. Internamente a legenda ainda discute o nome da ex-vereadora Isabella de Roldão para encabeçar a chapa majoritária, e por isso, a disputa pode acabar tendo que ser decidida nas convenções. A data da reunião ainda não foi oficializada, mas Túlio Gadêlha adiantou que esteve em contato com Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e ele deve vir ao Recife nas próximas semanas. Por conta da pandemia, a convenção deve ser realizada no formato digital.

As declarações do deputado federal foram dadas na manhã desta segunda-feira (3), na Rádio Clube 720 AM, para o projeto em parceria com a editoria de política do Diario de Pernambuco, que entrevista os pré-candidatos no programa de Rhaldney Santos. A entrevista foi transmitida ao vivo no canal do YouTube do Diario.

"Eu acho que é importante reconhecer alguns projetos de acessibilidade, alguns acertos da gestão, mas os erros da gestão tem nos trazido para essas problemáticas estruturais de desemprego, de informalidade, de um trânsito caótico, de desigualdades sociais, da volta das palafitas, tudo isso é fruto de uma gestão que promoveu desigualdade também", explica Gadêlha sobre seu posicionamento. "Mas isso não é um rompimento, o partido apresentar um projeto para a Cidade, não significa que o partido está rompendo um bloco de alianças. Isso é parte de um projeto de um grupo político que pensa diferente. E a construção, ela se dá durante o processo também. Não vou aqui declarar apoio a determinado candidato pelo simples fato de estar em determinado partido, eu acho que a gente tem que também despersonificar a política", defende.

O parlamentar também se manteve otimista com Isabella de Roldão na disputa. "Se ela quer apresentar um projeto para a Cidade do Recife é porque esse projeto não serve. E eu acho melhor ainda porque é de alguém que vem de dentro da gestão. Eu estou fora, sempre estive fora, e eu vejo de fora muita coisa errada que acontece. Ela vem de dentro, e que ela coloca candidatura dela, ela está dizendo que o que aconteceu dentro esse tempo todo, também não serve para ela", disse Gadêlha ao referir-se aos 14 meses em que a pedetista foi secretária de Habitação do segundo mandato do prefeito Geraldo Julio (PSB). Isabella apresentou publicamente a sua postulação um dia após o anúncio de Gadêlha sobre concorrer ao pleito no Recife.

O deputado federal também não se mostrou disposto a abrir mão da sua pré-postulação pelo PDT em prol de uma única candidatura de partidos de esquerda no Recife. Na avaliação do parlamentar, é importante que se tenha projetos diferentes apresentados. "Apesar de ter candidatos jovens, nesse campo progressista, os projetos que eu tenho observado que cada um tem falado são projetos bem distintos. Por isso vamos deixar para o eleitor escolher qual será o melhor projeto para a Cidade do Recife".

Gadêlha também não "acredita" que candidatos com pautas menos progressistas possam alavancar. "Eu não acredito que candidatos conservadores despontem nas pesquisas aqui. O meu combate é ao fascismo. Principalmente. Eu não acredito que forças fascistas poderão se aproximar de um segundo turno na Cidade do Recife, na minha Cidade. Isso eu considero quase que impossível", disse.

Sem oficializar com quais partidos deve se coligar para a disputa, o deputado federal citou a Rede sustentabilidade, PSD, PROS, PT e PSOL como sendo partidos progressistas com importantes debates sobre participação popular. "A gente respeita também o tempo deles, a decisão deles também eu acho que é importante ter essa compreensão que não é porque não está agora comigo neste momento que não é um aliado. Ele é um aliado na política, nas boas causas e é isso que a gente deve levar para o futuro", concluiu. 


Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL