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INQUÉRITO

'Responsabilidade é de quem suspendeu o sigilo', diz Bolsonaro sobre vídeo

Publicado em: 28/05/2020 16:58

Presidente Bolsonaro responsabilizou o ministro Celso de Mello, do STF, por consequências da divulgação de vídeo (Foto: AFP )
Presidente Bolsonaro responsabilizou o ministro Celso de Mello, do STF, por consequências da divulgação de vídeo (Foto: AFP )
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), eximiu-se de culpa e responsabilizou o ministro Celso de Mello, do Suprmo Tribunal Federal (STF), pelas consequências da quebra de sigilo do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. 

"A responsabilidade do que se tornou público não é de nenhum ministro de Estado, é do ministro Celso de Mello. Ele é o responsável. Peço, pelo amor de Deus, não prossiga com esse tipo de inquérito", disse Bolsonaro. 

O inquérito em questão apura suposta interferência política do presidente da República nos trabalhos da Polícia Federal (PF). O vídeo da reunião ministerial é considerado peça-chave para a investigação e foi citado pelo ex-ministro Sergio Moro como prova das acusações que fez contra Bolsonaro, ao deixar o governo, em 24 abril, dois dias após o encontro.

Na gravação, Bolsonaro e seus ministros aparecem ofendendo e ameaçando governadores e juízes da Suprema Corte. O encontro foi marcada por palavrões e outras declarações polêmicas por parte do presidente e seus auxiliares, especialmente Abrahan Weintraub (Educação) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). 

"O criminoso não é o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Não é o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Não é nenhum de nós. A responsabilidade é de quem suspendeu o sigilo de uma sessão cujo vídeo foi chancelado como secreto", reforçou Bolsonaro, referindo-se mais uma vez ao decano Celso de Mello, relator do inquérito no STF. "Lá nessas reuniões cada um pode falar o que bem entende, porque são reservadas", justificou o chefe do executivo nacional.

Na ocasião, Weintraub afirmou que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia", "começando no STF". Já Salles defendeu que o governo deveria aproveitar que as atenções da imprensa estão voltadas para a pandemia do novo coronavírus para "ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas". 

Por causa das afirmações de Weintraub contra o Supremo, o ministro Alexandre de Moraes cobrou explicações do ministro da Educação, dando-lhe um prazo de cinco dias para prestar depoimento à PF. Nessa quarta-feira (27), o entanto o ministro da Justiça, André Mendonça, apresentou habeas corpus contra decisão do juiz do STF.
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