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DISPUTA

PT do Recife expõe divergência com Marília Arraes após texto da deputada sobre operação da PF

Publicado em: 28/05/2020 19:53 | Atualizado em: 29/05/2020 14:56

Marília Arraes alega que PCR não tem transparência em gastos com pandemia (Foto: Marlon Diego / Esp. DP Foto)
Marília Arraes alega que PCR não tem transparência em gastos com pandemia (Foto: Marlon Diego / Esp. DP Foto)
Nesta quinta-feira (28), a Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) no Recife divulgou uma nota divergindo do posicionamento da deputada federal Marília Arraes (PT) sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje na Prefeitura do Recife. No texto, o partido diz discordar do que chama de “posicionamento pessoal” da parlamentar, que pretende sair candidata à prefeita da capital pernambucana pela legenda.

"O PT discorda do posicionamento pessoal  de Marília Arraes e de qualquer posição, que não constrói no campo democrático um alinhamento com as ações importantes dos Governadores e Prefeitos do NE no enfrentamento a pandemia que atinge o povo nas periferias das grandes cidades, como a exemplo da nossa cidade.”, diz o texto.
 
“Hoje a ação da PF é de estranhar na PCR, visto que sua credibilidade está sendo questionada pelas recentes denúncias de interferência do Presidente Bolsonaro, quando o mesmo tratou a ação do STF ontem sobre a Fake News, como absurdo dizendo que a PF estava envergonhada durante aquela ação”. continua a nota.

“Vale relembrar a Marilia, as acusações, nunca comprovadas, que integrantes do partido, sofreram. Defendemos que quaisquer denúncias devem ser investigadas em um processo legal, mais somos contra ação Política como meio de julgamento antes das conclusões do processo.  Quaisquer posições, meramente eleitoreiras, só vêm fortalecer um posicionamento Bolsonarista”, conclui a Executiva Municipal da agremiação.

Mais cedo, Marília Arraes, em suas redes sociais, publicou um texto corroborando a ação da PF sobre a suposta compra irregular de respiradores veterinários pela Prefeitura do Recife. No Instagram, Marília escreveu: “Fui a primeira deputada de Pernambuco a solicitar aos órgãos de controle um maior acompanhamento dos recursos públicos que estão sendo utilizados pela prefeitura de Recife e que deveriam estar salvando vidas”.

A parlamentar continua: "No dia 14 de maio, encaminhei ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), ao Ministério Público de Contas (MPCO) e ao Ministério Público Federal (MPF) um alerta para a necessidade de maior transpare%u0302ncia no uso destes recursos, pelo fato do Recife ter sido a capital brasileira que mais contratou servic%u0327os e produtos a fornecedores sob regime de licitac%u0327a%u0303o, ultrapassando os R$ 670 milhões. Ou seja, além da compra dos respiradores muito mais dinheiro pode estar sendo utilizado indevidamente. É por isto que defendo uma investigac%u0327a%u0303o ampla de todos os contrato".

Marília afirma que enviou, no dia 15 de maio, um requerimento de informação para a Secretária de Saúde do Recife solicitando o detalhamento das compras sem licitac%u0327a%u0303o. "Solicitação que ainda na%u0303o foi respondida", disse a deputada.

"O que se vê é que nos últimos 15 dias o volume de denúncias de irregularidade vem se acumulando. E hoje um novo fato grave surge com a operac%u0327a%u0303o da Poli%u0301cia Federal na sede da Prefeitura do Recife", availou Marília Arraes. Ela acusa a PCR de "falta de transpare%u0302ncia". "Continuo aguardando a resposta ao pedido de informação que fiz com base na Lei de Acesso à Informação, que foi sancionada pelo próprio Prefeito Geraldo Julio, e que também não vem sendo cumprida", termina a publicação da parlamentar.
 
Após a divulgação da nota do Diretório Municipal, outros petistas recifenses também reforçaram o desgaste interno e se posicionaram em defesa de Marília. "As graves denúncias de desvios dos recursos demandam, sim, investigação, em nome do bem público e em respeito às vítimas dessa pandemia, que merecem cuidados, atenção e correta gestão da saúde como direito da  população e obrigação do Estado", escreveu o petista Fernando Ferro.
 
O correligionário também classificou as afirmações da nota como sendo  "covardes" e "levianos". "Usar o nome do partido para acusá-la de fazer o jogo da ultradireita é um desserviço à instituição partidária, aos pernambucanos e ao Brasil. Não são dignos do PT aqueles que agem dessa maneira, no momento em que devemos estar unidos nas lutas contra a Covid-19 e contra o avanço autoritário", completou Ferro.  
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